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Sou Tradutora (inglês/português) profissional, formada em Letras-Tradução pela Universidade Anhembi-Morumbi, atuando há mais de 20 anos no campo técnico e especialmente literário. Traduzi mais de 190 livros até o presente, entre romances, livros de negócios, de autoajuda, biografias, guias, trabalhando como freelancer para editoras renomadas. Também escrevo artigos, crônicas, textos em geral, e acabo de publicar o “Meu Próprio Livro”. I'm a professional Translator (English/Portuguese), with a Letters/Translation degree. I've been working for more than 20 years in the area, with technical and especially literary translation. I’ve translated more than 190 books up to now, among novels, business books, biographies, self-help books, guides, working as a freelancer for renowned publishers. I also write articles, chronicles, general texts, and I’ve just published my own book, called “Meu Próprio Livro”.

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Onde quer que você esteja, sinta-se em casa aqui!
Wherever you are, feel at home here.
Donde quiera que estés, te sientas en casa acá.

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São inúmeros aqueles que não são mais escritores aprendizes, mas todos somos aprendizes de escritores para sempre...
There are countless ones who are no longer apprentice writers, but we are all writers' apprentices forever...

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Vida de Tradutor


       Sou da época em que se traduzia com máquina de escrever, e imaginem o sufoco para se alterar alguma coisa, havendo só o “branquinho” como recurso. Depois, houve um tempo em que, sem grana para um computador, eu fazia as traduções à mão para, em seguida, serem digitadas na editora. Pobre do calo do meu dedo. Era bem ao estilo do nosso padroeiro, São Jerônimo, e ele nem sequer contava com a sofisticação do papel e da caneta de hoje em dia. Mas adoro meu trabalho, apesar dos percalços.
     Já aconteceu praticamente de tudo. Já trabalhei com micros e programas ultrapassados, incluindo um Word do arco-da-velha que eu não queria largar. Enfim, o pobre coitado pifou e, como não existia mais, tive de arrumar a acentuação inteirinha do livro, a fim de não perdê-lo, no Windows. Foi quando descobri o Ctrl+U e nunca mais o esqueci. Sem um escritório, trabalhei em tudo que é canto da casa, em meio a todos os tipos de ruídos e interrupções. Costumo dizer que, se houver uma tomada por perto, consigo trabalhar até no meio de um vendaval (sim, já ouvi falar sobre a existência do laptop). Agora, tenho um minúsculo escritório que chamo de “The Office”, não pela opulência de sua metragem, mas pelo gostinho de sonho realizado.
     Amo traduzir e me dedico como se os livros fossem meus, para que o autor saia o melhor possível na “fita” em português também. Inevitavelmente, fico mortificada com os eventuais deslizes. É triste depois de traduzir, pesquisar, conferir, ler, reler, você deparar com alguns erros na tradução após ter sido entregue. E publicada, então! Faço o máximo possível, mas, às vezes, de tanto ler algo, a gente simplesmente não enxerga o erro. E, de vez em quando, aparece cada coisa para lá de esquisita para pesquisar!
     Já deram de cara com aquelas palavras inventadas, termos que o autor quis usar de um jeito particular qualquer, regionalismos, marcas de produtos que ninguém nunca viu mais gordas, trocadilhos que têm de fazer sentido em português, poemas que têm de rimar e tantos outros detalhes? Sem mencionar quando o micro resolve não cooperar muito e surge o tal “erro do programa”, ou coisa parecida.
     Prazos apertados. Novas regras de ortografia para assimilar. Trabalhar em casa, que é ótimo, mas com mil e uma coisas pressionando em volta. Folgar na segunda-feira e trabalhar no final de semana quando os outros estão passeando. Ler sobre assuntos sobre os quais jamais se leria em outras circunstâncias, para fins de pesquisa. Trabalhar à noite com aquela baita dor nas costas, olhos ardendo, o sofá acenando por perto. Não poder ver sangue e ter de descrever cenas escabrosas, deitar por 30 segundos até o mal-estar passar e voltar ao computador. E, agora, para ficar tirando o trema que aparece automaticamente? Lá vai o Ctrl+U. Ou existe outro recurso para isso? Sei, sei, os novos revisores ortográficos. E dominar o uso dos hífens, que já não eram bolinho antes!
     Bem, são os “bones” do ofício, se me permitem o neologismo tosco. De qualquer modo, meu velho micro mais recente deu PT (Perda Total) um dia desses e tive de comprar outro, novinho em folha, uma pintura de moderno. Finalmente, alcancei o século 21.

Tradutores são caminhos que levam de
um lugar ao outro sem deixar que o leitor
se perca no meio do percurso. tj*¬



Obs.: Adquiri o sobrenome Jeronymo (por parte de um senhor admirável, o saudoso Dionísio Jeronymo) há mais de vinte anos, quando me casei com o neto dele (pouco antes de ter começado a trabalhar como tradutora), e acrescentei-o a todos os meus outros nomes herdados da minha família portuguesa. Como, desde criança, nascida no Brasil, sempre me chamaram de Tinita, Tininha, Tina, abreviei todos aqueles sobrenomes quase ao “estilo de D. Pedro I”, passando a usar simplesmente Tina Jeronymo nas minhas traduções e em geral, para facilitar. O que gostaria mesmo de ressaltar aqui é a feliz coincidência de eu ter o mesmo sobrenome do nosso Santo Padroeiro dos tradutores, São Jerônimo. Fico muito honrada. 

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