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Sou Tradutora (inglês/português) profissional, formada em Letras-Tradução pela Universidade Anhembi-Morumbi, atuando há mais de 20 anos no campo técnico e especialmente literário. Traduzi mais de 190 livros até o presente, entre romances, livros de negócios, de autoajuda, biografias, guias, trabalhando como freelancer para editoras renomadas. Também escrevo artigos, crônicas, textos em geral, e acabo de publicar o “Meu Próprio Livro”. I'm a professional Translator (English/Portuguese), with a Letters/Translation degree. I've been working for more than 20 years in the area, with technical and especially literary translation. I’ve translated more than 190 books up to now, among novels, business books, biographies, self-help books, guides, working as a freelancer for renowned publishers. I also write articles, chronicles, general texts, and I’ve just published my own book, called “Meu Próprio Livro”.

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Onde quer que você esteja, sinta-se em casa aqui!
Wherever you are, feel at home here.
Donde quiera que estés, te sientas en casa acá.

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São inúmeros aqueles que não são mais escritores aprendizes, mas todos somos aprendizes de escritores para sempre...
There are countless ones who are no longer apprentice writers, but we are all writers' apprentices forever...

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Janelas para o Mundo


     _ Mãe, para que é que estou aprendendo isto? Onde é que eu vou usar esse negócio?
Se os seus filhos vivem lhe perguntando isso, você já sabe que há várias respostas. Uma das minhas favoritas é:
     _ No mínimo, você vai usar isso quando, no futuro, o seu próprio filho estiver fazendo a lição de casa e você precisar ajudá-lo. Só por isso, já seria o bastante.
     Afinal, nos empenhamos durante a vida inteira para poder dar o melhor aos nossos filhos. De qualquer modo, tenho a convicção de que tudo que aprendemos vamos acabar usando, de um jeito, ou de outro. Quando você menos esperar, algo que já aprendeu e parecia desnecessário acabará sendo útil quando mais precisar. Isso me lembra da vez em que vi o ótimo filme “Sim Senhor!”, de Jim Carrey, em que uma das várias partes cômicas foi bem assim. Depois de um curso de autoajuda que o ensinou a dizer "sim" para tudo (pois era negativista demais antes), entre outras coisas, o protagonista se matriculou em cursos dos mais inusitados. Apesar de aprender também que deve haver um equilíbrio em tudo, todos esses cursos serviram ao menos para tirá-lo de vários apuros.
     Eu mesma, na minha profissão, vivo tendo de estudar, pesquisar e aprender coisas que, em circunstâncias normais, provavelmente ignoraria. Afinal, como sempre digo, o tradutor tem de ser também um pesquisador. Além disso, tudo que aprendi na escola, na faculdade e na minha experiência de vida sempre me foi útil. Por exemplo, sempre gostei de português e, na minha profissão, o português é a minha ferramenta de trabalho mais importante porque é, através dele, que chego ao resultado final do meu trabalho. A história e a geografia também me ajudam muito porque faço traduções ambientadas em outras épocas, ou países. Cultura geral nem se fala... até mesmo a tal "cultura inútil" serve às vezes.
     O próprio intelecto da gente se transforma num banco de dados de onde retiramos o que precisamos em determinada situação, ou, mínimo, nos mostra o caminho para encontrar tais dados. Uso a matemática para conversões de pesos, medidas, etc., para cálculos e programação de laudas diárias. Com a informática, tiro o máximo de proveito dos recursos e ferramentas disponíveis hoje em dia para trabalhar. Tudo que aprendi como secretária executiva me ajuda na organização geral, na administração do tempo e assim por diante... Aliás, continuo usando um lema que me era muito útil quando secretária: Nunca responder "não sei", mas "vou me informar a respeito". E, naturalmente, toda a bagagem de conhecimento é indispensável para um escritor.
     Não é apenas no trabalho que usamos tudo o que aprendemos um dia, ou que continuamos a aprender, pois acho que o ser humano deve e precisa viver em constante aprendizado. Na nossa vida social, quanto mais bem informados estivermos, mais preparados ficaremos para interagir com o mundo e as pessoas. Com conhecimento _ e não pedantismo _, você se torna uma pessoa cada vez mais interessante _ para si mesmo e para os demais. E se torna também um cidadão ciente de seus direitos e deveres, pronto para contribuir com a sociedade de modo geral e usufruir também de seus benefícios.
     Em termos de saúde, aprender também é benéfico; estimula várias áreas de seu cérebro. A cada vez que você aprende algo, seja o que for, o seu cérebro está fazendo sinápses, ou seja novas redes de neurônios estão se agrupando, o que acaba compensando a perda natural de neurônios que se dá desde que nascemos e se acentua com a idade. E acredito que nunca é tarde para aprender, desde que você deseje, não importando para o que ache que vai ou não usar esse conhecimento.
     Espiritualmente, também acredito que o que aprendemos acaba, de algum jeito, se incorporando a nós. Ninguém conhece exatamente os mistérios do mundo, mas, a meu ver, estamos na Terra para aprimorar, "lapidar" a nossa alma; para nos tornarmos seres melhores. Daqui nada se leva, mas acredito que o conhecimento, sim, que ele passa a fazer parte de nós, como, se algum modo, mente e alma tivessem uma ligação.
     Além de várias razões até um tanto subjetivas, o que aprendemos é usado de maneira prática, faz parte da nossa vida pessoal e profissional. Só não acho que exista essa coisa de conhecimento demais, desnecessário. "O saber não ocupa lugar”, como diz uma amiga minha, lembrando-se das palavras do próprio e saudoso pai. Concordo. Assim, quer você seja mestre, ou aprendiz, lembre-se que, enquanto estamos aprendendo, estamos vivendo.