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Sou Tradutora (inglês/português) profissional, formada em Letras-Tradução pela Universidade Anhembi-Morumbi, atuando há mais de 20 anos no campo técnico e especialmente literário. Traduzi mais de 190 livros até o presente, entre romances, livros de negócios, de autoajuda, biografias, guias, trabalhando como freelancer para editoras renomadas. Também escrevo artigos, crônicas, textos em geral, e acabo de publicar o “Meu Próprio Livro”. I'm a professional Translator (English/Portuguese), with a Letters/Translation degree. I've been working for more than 20 years in the area, with technical and especially literary translation. I’ve translated more than 190 books up to now, among novels, business books, biographies, self-help books, guides, working as a freelancer for renowned publishers. I also write articles, chronicles, general texts, and I’ve just published my own book, called “Meu Próprio Livro”.

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Onde quer que você esteja, sinta-se em casa aqui!
Wherever you are, feel at home here.
Donde quiera que estés, te sientas en casa acá.

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São inúmeros aqueles que não são mais escritores aprendizes, mas todos somos aprendizes de escritores para sempre...
There are countless ones who are no longer apprentice writers, but we are all writers' apprentices forever...

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Gente que nos Inspira


As crônicas são a vida acontecendo nas ruas, sob inúmeros tetos, na memória das pessoas através das reminiscências. Há alguns meses conheci uma pessoa muito especial que me encantou com o seu jeito simples e espontâneo. Eu o conheci pelo que poderia ter parecido acaso, durante uma das idas ao parque, e estava lá de bicicleta quando fui entrando numa daquelas rodas de bate papo, onde uma senhora estava me contando sobre uns problemas com os filhos, e ele estava sentado ao lado, fazendo alguns comentários. Aos 95 anos, o sr. Emílio já havia perdido o filho de 60 e poucos anos e a esposa amada, de um casamento de cerca de 70 anos, a dna. Terezinha. Foi naquele momento que mais uma vez refleti sobre aquilo que sempre tenho dito. Não importa a idade das pessoas, mas a garra e a determinação, a vontade de viver. Achei interessante a maneira simples como o sr. Emílio me descreveu o dia-a-dia deles, nos últimos tempos do casamento, em que ele próprio encorajava a esposa nessa questão da idade, lhe dizendo que não havia porque se sentir envelhecida, pois eram felizes juntos e ele dizia: “Olha, a gente consegue pentear o cabelo, tomar banho, fazer uma comida, enfim, cuidar das necessidades diárias. Isso não tem preço.” A partir daí, ele foi me contando a sua história de exemplar de obstinação e luta.
Começou a trabalhar com 8 anos, sempre na companhia de gente mais idosa. Gracejando, disse que nasceu velho. Aprendeu a profissão de carpinteiro, mas antes lhe ofereceram emprego de sapateiro logo cedo, numa fábrica onde pagavam bem mais. Trabalhando com afinco, inventivo, bem disposto, teve uma fábrica de calçados com 18 anos, mas, como ainda não tinha a maioridade, só pode registrá-la depois dos 21. O sr. Emílio aprendeu cada vez melhor o ofício, mas o que gostava mesmo era da carpintaria, à qual pode se dedicar depois de aposentado, fazendo serviços gratuitos para a família. Com seu jeito franco, o cabelo branco, os olhos muito azuis e uma expressão de pura simpatia, ele me contou como conheceu a saudosa esposa, como acabou sendo praticamente um daqueles felizes acasos que levou a uma união tão duradoura como a deles. Mas acho que nada acontece por acaso, que as coisas estão destinadas a ser como são, embora eu também creia que, com fé, as pessoas possam até mudar o próprio destino, quando não é bom. O sr. Emílio, inclusive, me relatou um fato muito bonito, entre as inspiradoras histórias de vida que me contou. Muitas décadas atrás, quando o Espiritismo ainda não era tão bem compreendido como agora, imagino eu, pois ainda venho aprendendo sobre a religião, tentando entender o que, para leigos como eu, às vezes não se consegue definir, ele teve a iniciativa de se tornar espírita aos 15 anos.
Conversando a respeito, então, contou que, certa vez, numa segunda-feira, durante uma reunião de um grupo espírita, ouviram a campainha. Daí alguém comentou que não estavam esperando visitas, pois já haviam avisado que era o dia do encontro ali. Assim, foram abrir a porta e, extremamente surpresos, se viram diante do ilustre Chico Xavier.

Seis anos depois, numa sessão de autógrafos, a DNA. Terezinha estava na fila com o livro dele, à espera de cumprimentá-lo. Logo que a viu, o bondoso Chico Xavier citou o nome dela, a data, e o endereço do exato local onde havia estado todo aquele tempo depois.

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