"Tradutores são como caminhos que conduzem
a uma melhor
compreensão de diferentes realidades."
INTRODUÇÃO
As
dicas que planejo postar aqui não são nada do outro mundo, não. Provavelmente,
serão coisas óbvias para quem já é tradutor e, espero, úteis para quem está
começando. Vou falar mais exatamente sobre os meus próprios hábitos,
dificuldades, soluções encontradas e jeito de traduzir em geral, o que,
talvez, sirva como dica para alguns.Jamais atingimos o conhecimento total,
graças a Deus; sempre temos algo a aprender e, enquanto tivermos a aprender,
teremos um horizonte pela frente. A troca de conhecimento é fantástica porque,
às vezes, certas coisas estão bem diante do nosso nariz e não as vemos; basta
alguém acender uma pequena luz por perto. Ou, então, temos algo bastante
complexo a estudar e alguém pode nos mostrar os melhores caminhos a seguir.
Todos sempre temos de traduzir alguma coisa, quer seja um texto de um trabalho escolar, uma carta ou relatório no trabalho, aquele manual de instruções do brinquedo dos filhos, uma letra de música... Assim, estas dicas destinam-se a todos. Como tradutora profissional, trabalho com inglês e português, por isso são os idiomas que menciono, mas o método mais abrangente de tradução se aplica a qualquer idioma.
Obs: Na página adicional chamada “Minhas Traduções”,
cujo link está no alto do layout do blog, há comentários sobre as minhas
traduções mais recentes.
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- Introdução
1 - A Formação do Tradutor
2 - Como Fazer uma Boa Tradução
3 - Remuneração
4 - Trabalhar em Casa (Administrando o Tempo)
5 - Língua Portuguesa: Requisito Essencial para o
Tradutor (E Para Todas as Profissões)
6 - Cuidados Para uma Tradução Sem Deslizes
7 - Uma das Minhas Traduções Mais Gratificantes
8 - Dia do Tradutor
Obs: Há links externos de
referência sobre alguns livros que traduzi ao final da página.
A few external reference links of some books I’ve translated are at the
end of the page.
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“Quando o homem mostrou sua arrogância,
Deus destruiu a Torre de Babel e todos passaram a falar línguas diferentes. Mas
em Sua infinita graça, criou também um tipo de gente que iria reconstruir essas
pontes, permitir o diálogo e a difusão do pensamento humano. Esse homem (ou
mulher) de quem raramente nos damos ao trabalho de saber o nome quando abrimos
um livro estrangeiro: o tradutor.”
_ Paulo Coelho, do texto O Outro Lado da Torre
de Babel
"When man grew ambitious, God destroyed the Tower of Babel, and everyone began to speak different tongues. However, in His infinite grace, he also created people to rebuild those bridges, to enable dialogue and the diffusion of human thought. This person, whose name we rarely take the trouble to notice when we open a foreign book, is the translator.”
_ Paulo Coelho, “The Other Side of the Tower of Babel”
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30/Set.
Dia dos Tradutores e de Seu Padroeiro São Jerônimo
Sept. 30th
Day of the Translators
and of their Patron Saint: St. Jerome.
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1 - A Formação do Tradutor
No início de 2012, ouvi através da mídia a notícia de que mais um grupo de
várias profissões foi regulamentado. Lembro que, há mais de vinte anos, quando
me formei, essa era uma das (já antigas) reivindicações: a regulamentação da
profissão de tradutor e intérprete. Por que a profissão de tradutor não é regulamentada?
Deve ser, então, porque ela não existe, não é importante, certo? Errado.
Como
sabemos, tradutores e intérpretes já eram imprescindíveis desde a Antiguidade,
para auxiliar na compreensão entre os povos. E entre tantos tradutores antigos
ilustres não podemos deixar de destacar São Jerônimo, que traduziu a Bíblia
para o latim. Por enquanto, a nós, tradutores, resta continuarmos insistindo
para sermos reconhecidos como profissionais, como é nosso direito.
Durante a sua formação, é fundamental que o
tradutor aprenda e passe a dominar o(s) idioma(s) com que vai trabalhar _
inglês, francês, espanhol, chinês, etc. _ através de cursos de idiomas longos,
abrangentes e de ótimo nível que lhe darão o embasamento necessário. Esses
cursos, naturalmente, quando possível, podem ser complementados por viagens aos
países dos respectivos idiomas, através das quais se tem um contato direto com
outras culturas, se aprimora o(s) idioma(s) estrangeiro(s) com o convívio e/ou
com cursos também. No meu caso, nunca tive a oportunidade de fazer um curso no
exterior e aprendi inglês numa escola excelente, o CCAA.
Cursei-o desde os
treze anos, por mais de oito anos ininterruptos, até chegar à conclusão com o
chamado, na época, de “Curso de Formação de Professores”. Fiz vários outros
cursos complementares de inglês mais rápidos, inclusive técnicos (oferecidos em
escolas especializadas por empresas em que trabalhei). Sempre gostei de idiomas
e, quando concluí o CCAA, fiz um excelente curso de espanhol, de dois anos e
meio, na Faculdade Ibero Americana, que me deu uma excelente base, mas ainda
não o suficiente para traduções de espanhol (provavelmente porque não me
aprofundei para isso na área).
Até aqui, cobrimos, então, o primeiro
requisito. O tradutor precisa ter o domínio de um ou mais idiomas estrangeiros
com que vai trabalhar. Ninguém vai lhe pedir diploma deste ou daquele curso. O que vão lhe pedir infalivelmente, não importando quantos anos ele tenha de experiência, é um teste de tradução. Sendo um tradutor bem preparado, ele passará no teste e, daí, então, através do seu bom trabalho poderá demonstrar seu conhecimento e habilidade. Desse modo, o tradutor tem que se dedicar para aprender realmente o(s) idioma(s)
estrangeiro(s). E não é todo mundo que sabe um idioma estrangeiro que, apenas por
isso, pode se tornar tradutor. Pode-se traduzir uma letra de música, um texto,
um relatório, mas, para ser tradutor é necessário, antes de tudo, a vocação.
Através da vocação (e da dedicação proveniente dela), teremos um verdadeiro e
duradouro profissional da tradução.
O segundo requisito (e talvez até mais
importante que o primeiro) é que o tradutor tenha total domínio da sua língua
materna _ no nosso caso, o português. Na tradução, o português será a
maneira como o tradutor apresentará o seu trabalho, o produto final. O melhor
meio de se chegar a um português de ótima qualidade é estudando e lendo muito.
Sempre gostei de português na escola; era uma das minhas matérias favoritas e
estudei muito, tanto lá quanto por conta própria. Adoro ler, o que sempre me
ajudou demais.
O domínio completo do português é só para uns poucos gênios e,
portanto, faço consulta a dicionários e livros de gramática sempre que tenho
dúvidas. Assim como no(s) idioma(s) estrangeiro(s), o tradutor precisa estar
sempre atualizado, se reciclando e estudando, ou por conta, ou fazendo cursos
adicionais.
Como em todas as profissões, existem vários
outros requisitos para a formação de um tradutor. Existem diversos cursos de
tradução e versão no mercado, além dos de idiomas voltados para a tradução.
Cada tradutor e intérprete deverá escolher os que são mais adequados à sua área
de atuação, principalmente os tradutores técnicos.
Para ser um tradutor
técnico, o profissional precisa ter profundo conhecimento, adquirido através de
cursos e da própria experiência, no(s) campo(s) em que traduz, como
informática, arquitetura, maquinário em geral, botânica, etc., etc. Acredito
que, para certas áreas, como medicina e engenharia, por exemplo, é mais seguro
que o tradutor seja um profissional delas mesmas, ou, então, tenha um
conhecimento praticamente equivalente ao desses profissionais. Sempre que
estiver em dúvida, deve consultar alguém da área pertinente, porque a
responsabilidade nesse tipo de tradução é imensa. Aliás, esse é um recurso que
deve ser sempre usado. Para auxiliá-lo em seu trabalho, o tradutor deve
consultar não apenas um variado material de pesquisa, como também profissionais
que trabalham no ramo ao qual pertence o tema de sua tradução (geralmente
técnica, no caso).
Não se exige necessariamente que o tradutor tenha uma
faculdade de tradução. É necessário que o profissional da área traduza muito
bem para se manter sempre no mercado. Consequentemente, quanto mais estudos e
conhecimentos o profissional tiver, melhor. Uma faculdade dará ao profissional
uma base ainda melhor, ampliando seus conhecimentos gerais. O material de
trabalho do tradutor está principalmente na sua mente, no seu intelecto. Ele
trabalha com base em inúmeros assuntos e matérias, devendo ter conhecimentos
sobre atualidades, geografia, história, economia, literatura, etc. Quanto maior
o conhecimento, maior serão os “instrumentos intelectuais” de trabalho e maior
será a produtividade. Claro que ninguém é um poço inesgotável de conhecimento e
daí a necessidade de muita, mas muita pesquisa mesmo. O tradutor também pode ser considerado um Pesquisador.
No meu caso, cursei a faculdade de Letras, com
habilitação em tradução; curso existente na época em que me formei na
Universidade Anhembi-Morumbi (trabalhando de dia, estudando à noite e inglês aos
sábados). Tive a sorte de fazer um curso bem específico que me deu um melhor
preparo, pois além dos reforços em inglês e português, tive matérias como latim
(a base de tudo no nosso grupo de idiomas), literatura, tradução e versão. Fiz
variadas traduções e versões no curso, com a orientação dos professores, e
também aprendi sobre como deve ser um tradutor, desde questões de ética
profissional até as de aquisição de conhecimento. Onde aprendi ainda mais, sem
dúvida, foi com a experiência, na tradução de vários livros ao longo de mais de
vinte anos.
Além de uma faculdade de Tradução, de Letras,
ou de outra área que o profissional tenha feito (e acabará lhe sendo útil de um
jeito ou de outro, porque conhecimento é a bagagem indispensável do tradutor),
existem cada vez mais cursos de idiomas e de tradução no mercado. Se um
profissional não tem ou não deseja cursar uma faculdade para trabalhar como
tradutor, pode estudar o(s) idioma(s) de sua preferência e fazer esses ótimos
cursos técnicos de tradução oferecidos.
Enfim, seja lá se que maneira for que você se torne um tradutor profissional, acaba acontecendo como em inúmeras outras profissões. O que vão
exigir para que você se mantenha atuando na área, sendo respeitado e
reconhecido profissionalmente e ganhando o seu dinheirinho suado, é que você dê
conta do recado.
Boa sorte a todos!
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2- Como Fazer uma Boa Tradução
Uma das frases que mais me marcou
quando fiz a faculdade de tradução foi a seguinte: “O tradutor tem de ser fiel
ao autor”. É onde reside todo o alicerce para se traduzir. É o que eu costumo
chamar de “entrar na mente do autor”. Em
primeiro lugar, o tradutor tem que entender perfeitamente o que o autor quis
dizer para poder transmitir isso a outras pessoas. É como se ele fosse uma
ponte entre o autor e o leitor. No caso de um manual técnico, não há essa
espécie de “envolvimento” com o autor, mas, da mesma maneira, o tradutor
precisa entender com toda a clareza o original.
O ideal antes de se fazer uma tradução é ler o texto original. Quando o
texto é curto, isso é possível e facilita o entendimento. Mas quando se trata,
por exemplo, de um livro de 300 ou 400 páginas, não há tempo hábil, pois os
prazos costumam ser curtos.
O que faço é dar uma olhada geral no livro, descobrir o tema, calculando
aproximadamente quantas páginas preciso traduzir por dia e ir me preparando
para as pesquisas que terei que fazer. Não apenas em livros técnicos sobre
determinados assuntos, como também em romances sempre há coisas a se pesquisar
para um melhor entendimento. Num romance que se passa em outro país, geralmente
é necessário pesquisar sobre a cultura, culinária, lugares típicos, tradições,
etc.
Faço minhas pesquisas no Google, mas entro em vários sites procurando
aqueles que são confiáveis, como, por exemplo, sites de portais, de revistas,
de instituições de ensino, etc. Acontece que existem inúmeros blogs e muitas
vezes um texto idêntico aparece em vários deles e é impossível saber a fonte.
Assim, vou pesquisando até encontrar o que preciso numa fonte confiável para,
assim, poder estar a par da informação correta. Também ajuda olhar as imagens
do Google, pois, às vezes, descobrimos que uma palavra para a qual não
encontrávamos tradução é, na verdade, o nome da marca de um produto.
Também sou da época em que não existia internet, apesar de adorar seus
recursos, da época em que se pesquisava em livro de papel, em enciclopédia.
Aliás, tenho uma enciclopédia que já usei muito e uma pequena coleção de
livros. Sempre que surge um livro com um determinado tema que preciso entender
melhor, vou até o sebo e escolho um ou dois livros em português sobre o tema
que julgo adequados. (Claro que não iria até a livraria gastar muito para
comprar livros para traduzir outro livro; não faria sentido.) Esses livros do
sebo têm sido muito úteis como complemento das pesquisas, não tendo influenciado
em nada na precisão dos temas o fato de não serem zero quilômetro; apenas
ignoro a ortografia antiga, claro.
Começo, então, a traduzir um livro no Word. Quando chego a algum ponto
que precisa ser pesquisado, só paro para isso quando é algo rápido. Quando
percebo que será mais demorado, para não atrapalhar o rendimento, deixo uma
marca na tradução para pesquisar depois. Assim, prossigo. Como não li o livro
antes, volto atrás e corrijo algum detalhe que não havia entendido bem antes.
(É um luxo para quem traduziu por muitos anos com uma máquina de escrever no
começo da carreira).
Conforme a tradução prossegue, vou me aprofundando mais nas ideias e
pensamentos que o autor quis transmitir. Chega o ponto em que costumo dizer
para mim mesma que “peguei intimidade” com o livro. Não sei explicar, talvez
seja a experiência. Nesse ponto, eu me sinto como se já o tivesse dominado e
tudo vai fluindo melhor. Na verdade, costumo me “afeiçoar” a todos os livros
que traduzo e procuro fazer isso da melhor maneira possível, como se fossem
meus, para que fiquem exatamente da maneira que o autor pretendeu no original.
Depois que termino de traduzir o livro, termino de pesquisar o necessário
e preencho todos os trechos onde deixei as marcas. Quando a tradução está
totalmente pronta é aonde chego à fase que chamo de “conferência”. Leio a
tradução inteira desde o começo com atenção e vou corrigindo eventuais erros de
digitação e fazendo uma ou outra alteração que acho necessárias de palavras ou
trechos. Enfim, envio a tradução pronta para a editora, onde ela passará pela
revisão e preparação.
Faço todo esse processo, desde o recebimento do livro, passando pela
tradução, pesquisa, conferência, até a entrega dentro do prazo que me foi
estipulado. Por essa razão, como é um trabalho longo e minucioso, me esforço
para administrar o tempo de acordo.
Quando traduzo, me faço a pergunta: “Como eu diria isto em português?”,
ou “Como as outras pessoas diriam isto em português?” Ou seja, não devemos
fazer uma tradução literal, mas traduzir de uma maneira que o leitor entenda,
que soe natural para ele. Também temos de usar uma linguagem que leve em conta
o público alvo: infantil, infantojuvenil, adulta, técnica. Temos de traduzir
gírias, ditados, provérbios de acordo com os nossos e fazer adaptações quando
necessário.
Uma coisa que leio ou ouço em traduções na tevê e não acho adequado (soa
estranho) é quando traduzem o nome de uma personalidade ou programa
estrangeiros usando nomes brasileiros que são desconhecidos para os americanos,
ingleses, etc. naquele contexto. Existem muitos nomes de personalidades e
programas do país de origem que são mundialmente conhecidos e poderiam ser
usados na tradução.
Outro cuidado que se deve tomar quando se traduz um romance, em geral
com dois protagonistas, é evitar o uso excessivo de ele e ela. Procuro
equilibrar o texto intercalando ele e ela com os nomes dos personagens e usando
os pronomes pessoais lhe(s), o(s), a(s), si e a palavra “ambos” como recurso.
Só tomo o cuidado de dosar tudo isso para não exagerar em nenhuma das palavras.
Como enfatizei em outro texto, até melhor do que o próprio inglês
(embora ele tenha de conhecê-lo a fundo), é imprescindível que o tradutor saiba
português muito bem, pois é nesse idioma que apresentará o resultado final do
seu trabalho.
*************************************
Tradutores são caminhos que
levam de
um lugar ao outro sem deixar
que o leitor
se perca no meio do
percurso. tj*¬
Translators are paths that lead from one
place to another without letting the reader
get lost in the middle of the journey. tj*¬
*************************************
3- Remuneração
Esta não é uma profissão que deixe uma pessoa rica. Em
geral, tradutores juramentados e intérpretes ganham melhor que tradutores
técnicos e literários. Para uma informação mais precisa sobre ganhos por
laudas, recomendo uma consulta à tabela de valores da Associação Brasileira de
Tradutores, na internet.
Como acontece em todas as profissões, porém, as
tabelas de remunerações existem como uma base, um mero parâmetro, pois os
valores recebidos por um profissional variam muito de empresa para empresa,
tempo de serviço, cargo e inúmeros outros fatores.
Há muitos tradutores que estipulam o preço que cobram por
lauda, especialmente nas traduções técnicas. Há também os tradutores que abrem
suas próprias empresas de tradução e existem casos de empresas que contratam
tradutores e os registram formalmente. O caso mais comum, porém, é o de
tradutor que trabalha como freelancer. Como vários outros profissionais,
o tradutor autônomo pode ter empresa aberta para receber através da
emissão de nota fiscal e recolhimento de impostos. Ou então, ele pode trabalhar
através do sistema de RPA, em que a empresa paga o profissional através de
contrato e recibo e ela mesma já recolhe o imposto de renda, pagando o valor
líquido ao tradutor pelo serviço contratado.
Comento aqui, desse modo, apenas como é a minha experiência
pessoal nesse aspecto de ganhos. Trabalho há mais de vinte anos para editoras
como freelance, fazendo tradução final de livros. São as editoras que
determinam quanto pagam por lauda aos seus tradutores _ e não eu _
quando fecho um contrato para traduzir um livro, sendo que esse valor
também pode variar de editora para editora. O tamanho de uma lauda também
varia, podendo ser de 1.600, 1.800, 2.000 caracteres, etc. Ou seja, em média,
uma lauda é mais ou menos do tamanho de uma página de livro comum (embora os
livros também variem de tamanho devido à fonte ou a ilustrações) _ por isso,
digo “em média”.
Neste caso, o que um tradutor ganha está
proporcionalmente ligado ao seu empenho e desempenho. O profissional tem de
traduzir muito bem (tradução final, neste caso) um determinado número de laudas
por dia, dependendo da dificuldade do livro (embora o valor da lauda geralmente
não varie de acordo com o grau de dificuldade do material da
editora), a fim de conseguir um valor razoável o mais depressa que a tradução
caprichada permitir e, digamos assim, montar um "salário mensal". Por
exemplo, para conseguir ter uma espécie de salário mensal mais ou menos
razoável (em comparação aos salários de modo geral no nosso país), consigo
traduzir, em média, o que costumo chamar de um livro pequeno (cerca de 200 a 250 páginas) no prazo de um mês, um
livro grande (cerca de 350 páginas) num prazo de um mês e meio a dois meses e
um livro enorme (cerca de 450 páginas) em mais ou menos dois meses e meio
e assim por diante.
Normalmente, as editoras pagam um mês após a entrega do
trabalho. Então, o tradutor que trabalha por conta tem de estipular para si uma
jornada de trabalho de oito horas rigorosas diárias, no mínimo _ não
necessariamente seguidas _ (ou mais, dependendo da dificuldade do
trabalho); precisa ter muita disciplina porque, muitas vezes, fazendo um
trabalho para uma editora, terá de dividir o valor recebido por dois meses, por
exemplo.
Quando o pagamento de um trabalho de dois meses cai num mês só, o
desconto de imposto de renda é altíssimo (no caso, ele pode recuperar parte
dele na restituição de imposto), para o caso do tradutor que recebe através de RPA. Há também muitos tradutores que trabalham como pessoa jurídica, emitindo nota fiscal e, portanto, os cálculos são diferentes.
Há tradutores autônomos que fazem traduções mais curtas e,
principalmente técnicas e trabalham para vários lugares. Outros trabalham como contratados. Mas quando você começa
a traduzir um livro, não consegue tempo hábil para trabalhar para nenhuma outra
editora ou empresa ao mesmo tempo. A menos que um profissional tenha duas
atividades (como professor, por exemplo) e divida seu tempo (e ganhos) de
acordo.
Em suma, é necessário ter muita disciplina para se conseguir
um ganho razoável; é imprescindível saber administrar a quantidade de trabalho
diária ou mensal para não sobrar mês e faltar “salário”. Acima de tudo, o
tradutor precisa ter amor à profissão e muita, mas muita dedicação mesmo, ou,
do contrário, não conseguirá se manter razoavelmente bem com ela. O tradutor _
além do equipamento, conhecimento e materiais de pesquisa e consulta _ é o seu
próprio e principal instrumento de trabalho.
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4- Trabalhar em Casa (Administrando o Tempo)
Após anos trabalhando sem um
lugar definido, num canto ou outro da casa, onde conseguia encaixar um rack e um micro, finalmente realizei o
meu sonho de ter o meu escritório, há algum tempo.
Ele é minúsculo. Ocupa a
varanda do meu pequeno apartamento que fechamos com vidro e convertemos, com
cerca de 0,80 m de largura por uns 2,30
m de comprimento. Mas é o
suficiente para eu colocar tudo que preciso para trabalhar, além das coisas de
que gosto para deixá-lo com cara do "meu cantinho".
E é o que, em primeiro lugar,
acho que as pessoas que trabalham em casa têm de providenciar: um canto onde
possam trabalhar tranquilas e se sintam bem. Pode ser um canto do quarto, da
sala, um corredor, uma varanda... Ou um cômodo, claro, para os que tiverem um
quarto ou sala extra. O importante é que seja funcional, aconchegante, sossegado.
E cada pessoa pode encontrar a solução que seja ideal usando um pouco de
criatividade, como eu mesma, que transformei um espaço bastante reduzido nesse
escritório que, modéstia à parte, acho tão charmoso.
É muito agradável trabalhar
nele e, mesmo neste pequeno espaço, tenho à mão tudo o que preciso para
escrever e trabalhar como tradutora, inclusive guardar os livros que traduzo e
material de pesquisa num armário com vidro, ao estilo de cristaleira, que
mandei fazer para proteger minhas coisas do pó.
E o melhor de tudo, esse meu
escritório saiu por um preço bem acessível, pois fiz uma pesquisa e encomendei
as peças numa loja de móveis rústicos numa rodovia na saída da cidade. Saíram
praticamente o mesmo preço de uma loja mais popular de móveis. Acredito que num
ambiente adequado e aconchegante, nossa produtividade aumenta e nos sentimos
melhor no nosso trabalho.
Resolvido esse assunto de um
lugar tranquilo para se trabalhar, ainda há muitas questões a serem levadas em
conta. A principal delas é a disciplina. A fim de conseguir cumprir prazos e
desempenhar um bom trabalho, um profissional tem que fazer de conta que está
numa empresa e ser organizado e responsável, como se fosse seu próprio patrão.
Os horários acabam sendo flexíveis, mas tem de haver uma cota diária de horas
de trabalho para que o trabalho seja realizado.
Se precisa sair para uma
consulta médica, por exemplo, ou resolver algum outro assunto numa
segunda-feira, ou surgir uma emergência, ele poderá repor as horas de trabalho
perdidas no sábado ou no domingo. Se levanta cedo para trabalhar e o faz até o
fim da tarde, mas acaba perdendo uma manhã por algum motivo, poderá repor essas
horas de trabalho à noite.
Isso, porém, não deve ser rotina, mas exceção, apenas quando necessário,
ou, do contrário, os horários de trabalho podem acabar fugindo ao controle e
gerando estresse e perda de produtividade.
O ideal é se criar um horário
diário e cumpri-lo o mais à risca possível, usando o tempo restante para outras
atividades, como o faria se ele estivesse trabalhando numa empresa.
Quem traduz como eu, por
exemplo, sabe que os prazos costumam ser apertados e o volume de trabalho,
grande. O cuidado que o tradutor tem de tomar é o de se não ser exigente demais
consigo mesmo. Ainda que até estabeleça uma jornada de trabalho diária longa,
não deve prolongá-la sempre até tarde da noite ou até os fins de semana. Exceto
por um serviço ou outro urgente que exija demais, os que trabalham em casa têm
de criar uma rotina estável, equilibrada, para si mesmos. Isso significará
manter a saúde, a qualidade de vida e produtividade.
Uma das desvantagens de se trabalhar em casa como autônomo é a de não ter
direitos trabalhistas, nem os benefícios de uma empresa, como férias. O
trabalhador freelancer tem de fazer
um enorme esforço para guardar um pouco de tudo que ganha como reserva para as
férias, mas nem sempre é fácil. E ele é o responsável pela manutenção do seu
próprio computador, quando é o caso.
As vantagens é que pode fazer suas refeições tranquilamente (seguir a
dieta saudável que quiser), não tem que ficar preso no trânsito infernal diário
da cidade, pode se deitar e tirar um cochilo se sentir um mal-estar, ouvir
música trabalhando, se vestir de uma maneira mais despojada, dar um mergulho na
pequena piscina do prédio no meio do dia, receber uma visita inesperada, fazer
seu próprio horário, pois tem gente que prefere trabalhar à noite ou até de
madrugada.
Todas as vantagens, porém, só
podem ser desfrutadas se o profissional mantiver um ritmo geral que lhe
possibilite trabalhar o total inteiro de horas necessárias para apresentar seu
trabalho no prazo estipulado. Será tudo uma questão de bom senso e boa
administração do tempo. E, se procrastinar no começo, terá de trabalhar sob pressão
para conseguir entregar o trabalho no prazo.
No quesito "visita inesperada", entramos em outro campo
perigoso, o das distrações. Para o profissional que trabalha em casa, existem
várias distrações como e-mails, redes sociais, longos telefonemas, tevê e
tudo que surgir a sua volta e o tentar a deixar seu serviço. Gentil mas
firmemente, ele tem que deixar claro a quem conhece que aquele é seu trabalho,
que está ali como se estivesse numa empresa. Enfim, para trabalhar bem em casa,
um profissional precisa ter, acima de tudo, disciplina e perseverança.
A tradução, que é a minha
área, é uma atividade árdua e solitária e, portanto, o tradutor deve buscar
atividades totalmente diferentes de seu campo de atuação nos horários livres,
como fazer caminhadas, praticar exercícios, esportes, fazer amizades, passeios,
passatempos, vida familiar. Enfim, deve ter todo o lazer que puder nos horários
de folga para se refazer. E o mesmo se aplica a qualquer profissional.
Quem trabalha em casa sabe que
é impossível "se fechar num cofre", especialmente uma dona de casa
como eu. Tenho a minha rotina e o meu horário para trabalhar estipulado, mas as
interrupções são inevitáveis. Os assuntos domésticos acabam se misturando com
os de trabalho, e é preciso usar muito jogo de cintura para manter o
equilíbrio. Tento resolver o máximo que posso nos horários livres, mas, quando
não é possível, acabo apelando para aquele esquema de "compensação de
horas" que mencionei. É péssimo para um profissional não cumprir o prazo.
Hoje em dia, para não correr esse risco, eu me programo (através do esquema de
horas diárias) para entregar a tradução alguns dias antes do prazo. Assim,
tenho alguns dias de sobra para alguma eventualidade.
Esse é o ideal, aliás, para o
profissional que trabalha em casa. Faça um planejamento, programe-se para
entregar o trabalho antes do prazo
estipulado quando possível. Assim, você trabalhará tranquilo, sem estresse, e o
seu trabalho sairá bem melhor.
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5 - Língua Portuguesa: Requisito Essencial para o
Tradutor (E para todas as Profissões)
Não
sou de corrigir as pessoas na fala, pois acho que isso cabe aos educadores, mas
pessoas costumam me pedir para revisar textos. A nossa língua materna é uma
questão complicada. Ninguém usa a maneira formal e absolutamente
correta do idioma na fala do cotidiano (para não correr o risco de
soar pedante) e podemos nos considerar com sorte quando escrevemos
impecavelmente certo.
Mas
isso não significa que se deva descuidar do português. Não custa nada fazer uma
forcinha para falar um pouco melhor. Problemas de dicção à parte, a serem
arduamente resolvidos por fonoaudiólogos, porque, hoje em dia, muita gente fala
para dentro... É, ou não é? "A gente" virou "aenti";
"você" é "cê, existe o "kikifoi" e por aí vai
_ sem falar que o "internetês" merece um capítulo
próprio.
A
questão principal é que as pessoas não se dão conta de quanto seu idioma
materno é importante, não apenas em sua vida pessoal, mas principalmente na
profissional, que ele é um requisito essencial para
todas as profissões. Muita gente acredita que, se não é
professor de português, escritor, jornalista, tradutor, não precisa falar
português corretamente. Muitos agem como se o seu próprio idioma não fosse
parte inerente da sua profissão e cometem infâmias linguísticas e
gramaticais. Eles se esquecem de que precisam preparar relatórios, cartas,
e-mails legíveis, etc., conversar, expor suas ideias em reuniões, projetos, falar
claramente com clientes e por aí afora.
O
idioma materno correto é imprescindível em qualquer área (sem mencionar a
necessidade cada vez maior de se falar idiomas estrangeiros). Assim, se você é
um aluno que reclama que tem de estudar português, saiba que ele vai acompanhar
você durante a vida toda e, quanto mais correto, melhor. Aliás, tudo
que aprendemos, acabará sendo útil algum dia, de um jeito, ou de outro. Algo
que ajuda imensamente é lermos muito para, entre outras coisas, assimilarmos a
acentuação correta e adquirirmos vocabulário.
O
ponto crucial é que muitos profissionais se preparam exaustivamente,
fazendo mil e um cursos técnicos, faculdade, pós-graduação, informática,
espanhol, inglês, e não dão tanta importância ao português às vezes, o que os
leva a correr o risco de cometer derrapadas medonhas.
É
claro que também falo errado no dia a dia às vezes. Como toda boa paulistana,
confesso que engulo um "S" daqui e dali, trucidando
ocasionalmente o plural. Escapa um "Ai, que dor nas 'costa'" de
vez em quando, ou "Tira esses 'pé' daí". Ou uso o "tá",
"tô", como todo mundo coloquialmente. Ninguém é de ferro (exceto
o Homem de Ferro), certo? Dependendo da situação, temos de dar um
desconto para uma escorregadela ou outra.
Quando escrevo textos e na minha profissão como tradutora, porém, tenho
de escrever o mais corretamente possível, sendo que o português chega a ser
mais importante até do que o inglês nas traduções, pois ele é o "resultado
final" do trabalho. Claro que fico com várias dúvidas e,
além das pesquisas que faço, tenho instalado como companheiro inseparável o
Aurélio, que considero o melhor dos dicionários de português, além dos
dicionários confiáveis online.
Agora, da mesma justa maneira que as minhas escorregadelas devem doer
aos ouvidos dos outros, o que não aguento, o que dói ao primeiro acorde
desafinado é o já clássico "para mim fazer" ou "para mim
(acrescente um verbo qualquer no infinitivo)". Eu me retorço por dentro
quando ouço uma derrapada dessas, embora dê o devido desconto quando quem fala
assim é alguém que não teve acesso à instrução. Quando alguém diz “para mim
fazer”, tenho de reprimir uma vontade imensa de berrar um "é para EU
fazer" a plenos pulmões.
Há
certo tempo, um advogado perdeu toda a credibilidade comigo quando soltou um
"para mim fazer". Estava indo bem, eloquente e tudo mais, mas depois
do primeiro "para mim fazer", tudo que ouvi foi uma sequência de
"para mim ir", "para mim buscar" e sei lá o que mais. Era
para resolver uma coisinha corriqueira qualquer, mas não me animei a contratar
os serviços dele.
Não é uma questão de ser
chata, mas acho que, se um profissional não aprendeu nem sequer o próprio
idioma primeiro, não deve ter aprendido o restante tão bem assim tampouco. E os
e-mails que vejo às vezes... Como uma criatura não sabe que tem de usar ponto
final, vírgula e outras coisinhas básicas para ser compreendida? De pessoas
instruídas, sim, de variadas profissões... Em suma, a fala e a escrita
corretas, como vários outros aspectos, são partes importantes da imagem das
pessoas, complementando seu “cartão de visitas”.
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6 - Cuidados para uma Tradução sem Deslizes
Há quem encha a boca às vezes para falar de eventuais "tropeços" de tradutores profissionais, de seus
"escorregões" numa determinada tradução ou outra. Quem faz isso certamente não têm a menor noção de
quanto é difícil traduzir e acaba generalizando injustamente. No Brasil, a
profissão de tradutor não é regulamentada e, portanto, qualquer pessoa que
saiba inglês e tenha um português razoável (ou não) se arrisca a traduzir.
Concordo que nem todo mundo traduz bem, que há os tais tropeços. E é
preciso que o profissional da tradução (formado em Letras/Tradução ou
não) seja bem preparado em vários aspectos, especialmente no português, além do idioma(s) estrangeiro(s), naturalmente. Mas eu
só gostaria que quem critica deslizes imaginasse a seguinte situação, que às vezes
acontece por uma urgência ou outra:
_ Você tem um mês para traduzir um livro de 400
e tantas páginas.
_ Esse livro fala sobre vários assuntos, sendo
que de uns você entende mais, de outros menos, como todo mundo. Então, tem de
pesquisar muito.
_ Há também vários termos nesse original cuja
equivalência em português é difícil de encaixar.
_ Para dar conta do prazo, você
trabalha de dia, de noite, aos sábados e até no domingo às vezes, descansando bem pouco.
_ Dizem para você que esse livro vai passar por
uma revisão adequada, mas praticamente não usam revisor técnico; só a gramática e erros de digitação são corrigidos.
Assim, uma das primeiras dicas que dou (ou ao
menos algo que faço sempre) é:
_ Faça você mesmo uma revisão prévia da sua tradução.
_ Pode parecer cansativo, mas faz parte do
processo.
_ Depois que você terminou de traduzir e mudou o
que precisava e arrumou tudo o que tinha de arrumar (lacunas que deixou para pesquisar depois, etc.), ou seja, depois que o texto traduzido ficou pronto, leia-o inteiro com atenção.
_ Não chamo isso exatamente de revisão, mas de
"conferência". Com certeza, você terá a chance de arrumar erros,
notar imprecisões, falhas, etc., que passaram despercebidos antes.
_ Claro que os revisores fazem isso em seguida e são
excelentes profissionais, donos de infinita paciência, corajosos em assumir tal
responsabilidade, e têm grande conhecimento.
_ Mas, ao conferir seu próprio trabalho, você o
está deixando mais limpo, preciso, diminui a chance de que saia com erros e
deixa bem claro pontos que talvez nem o revisor percebesse se não estivessem tão
adequados, pois não foi ele quem traduziu. Claro que alguma coisa sempre passa (e é aí que contamos com o
revisor), porque acontece às vezes que, de tanto lermos e lermos a mesma coisa,
simplesmente não "enxergamos" o erro. Ou há aqueles casos em que o
revisor tem a visão mais apurada para deixar frases suas ou termos com melhor
sentido, ou mais bem elaborados. É natural. Faz parte do trabalho em equipe.
_ Mas a primeira responsabilidade para com a
tradução é sua, tradutor. Afinal, quem leu o original, quem "entrou na
mente do autor" e captou todas as nuanças do que ele queria dizer, quem
está transmitindo isso com suas próprias palavras, até mesmo como um coautor, é
você, tradutor.
_ É o seu nome, tradutor, que é publicado na
obra e é você que ganhará os louros por seus esforços (embora poucos os reconheçam), ou é você que será execrado até pelos mais leves tropeços
(e isso ninguém deixa passar).
_ Afinal, é sempre assim em todas as profissões.
Pergunte aos goleiros. Mil defesas espetaculares e um "frango"
catastrófico. Adivinhem o que será mais comentado, pelo que eles serão lembrados?
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7- Uma das Minhas Traduções Mais Gratificantes
“Paulina Bonaparte: a Princesa do Prazer” foi uma das traduções mais difíceis que já fiz, mas, ao mesmo
tempo, uma das mais gratificantes, porque, além da complexidade da história em si,
traduzi o livro para o português quando estava sem internet, por alguma razão
ou outra.
Na etapa da pesquisa, passei
vários dias mergulhada até o pescoço em livros, com vários volumes de
enciclopédia abertos na mesa, livros de história antigos e do sebo esparramados
à minha volta, para estudo e comparações. Sem mencionar os mil e um papéis de
anotações minhas formando pilhas e pilhas ao redor. E o que me pareceu penoso
demais na época _ devido aos famosos prazos apertados, que já fazem parte da
rotina dos tradutores, e a tanto esforço _ hoje me traz grande satisfação
profissional e redobra a minha autoconfiança na função que exerço. Porque é
exatamente assim que traduzo: estudando, pesquisando e aprendendo sempre mais,
buscando fontes confiáveis, comparando-as, etc.
Afinal, como tanta gente já sabe
e diz, não é apenas porque algo está publicado num livro ou na mídia, ou porque
está postado na internet que significa necessariamente que é verdade. Assim,
o tradutor precisa averiguar a veracidade dos dados que pesquisa. Neste caso,
por exemplo, tive de checar nomes próprios que foram aportuguesados ao entrarem
para a História, dados e nomes de batalhas e locais em geral onde toda a
história vai se passando, porque a maioria tem um equivalente em português,
além de todos os termos, expressões idiomáticas, etc.
“Paulina Bonaparte: a Princesa
do Prazer” é um livro de teor inédito em publicações, uma biografia fiel,
contando sobre uma personagem histórica que ainda não havia sido praticamente
divulgada nas publicações em português, a não ser como “a irmã de Napoleão”.
Tendo como pano de fundo a ascensão e queda de Napoleão, a autora fez uma
detalhada e minuciosa pesquisa em arquivos, diários, cartas, etc. na França, na
Itália e em parte na Inglaterra, reunindo material suficiente para traçar um
perfil completo sobre Paulina Bonaparte.
Obs: Na página adicional chamada “Minhas Traduções”, cujo link
está no alto do layout do blog, há comentários sobre as minhas traduções mais
recentes, inclusive um mais detalhado sobre esta.
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8 - Dia do Tradutor / Translator's Day
30/09
Entre outras celebrações importantes,
30 de setembro também é o:
|
Ofereço estas flores a todos os meus colegas
Tradutores que bem sabem quanto nossa
jornada é árdua, mas também
imensamente prazerosa. |
O Dia do Tradutor é comemorado mundialmente em 30 de setembro em
homenagem a São Jerônimo, que traduziu a Bíblia para o latim, levando 15
anos para a sua conclusão.
Foi
o Papa Dâmaso I que o incumbiu de traduzir a Bíblia para o latim,
graças ao seu conhecimento deste idioma, do hebraico e do grego.
O santo
padroeiro dos tradutores morreu em 30 de setembro de 420, razão da escolha da
data. São Jerônimo também é o santo protetor das Secretárias por ter sido
o secretário do Papa Dâmaso.
Feliz Dia do Tradutor a todos os meus Colegas!
September
30th - Translators' Day - St. Jerome
The International Translators’ Day is
celebrated on September 30th on the feast of St. Jerome, the Bible
translator who is considered as the patron saint of translators because he
translated what was recognized as the official version of the Bible into Latin,
the Vulgate.
Happy Translator’s Day to you all, dear colleagues!
|
São Jerônimo
St. Jerome
|
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Bem-Vindos às
Demais Páginas deste Blog.
Be Welcomed to the Other Pages of this Blog.
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Como referência, estes são links externos relativos a alguns dos livros que traduzi para o português:
As a reference, these are a few external links related to some of the books I translated to Portuguese:
SL Revista Eletrônica - Slash
Folha UOL – O Atlas Mundial do Whisky
Google Search
Tina Jeronymo O Atlas Mundial do Whisky
Publishnews – Whisky Classificado
Livraria Cultura
Livraria da Folha – Desafios Gerencias
Dicas da Capital
Livraria da Travessa
Livraria da Travessa – Armas – Uma História Visual de Armas e Armaduras
ISBNS.Net
Google Livros
Obs: Não ganho nada com vendas de livros. Recebo da editora apenas uma vez no ato da entrega da tradução em si.
I don't earn with book selling, I'm paid just once when I do the translation itself.
2 comentários:
Tina, na vida é muito importante: disciplina e gostar do que faz e não pensar só na parte financeira,
Parabéns por tudo! beijos
Obrigada, Val! Sim, eu adoro o que faço. Em geral, tradutores não ganham muito, nem de longe o que merecem pelo trabalho tão árduo e nem sempre reconhecido. Mas também acho que, na nossa vida, o dinheiro só é benéfico quando existe na medida certa para se ter qualidade de vida. Beijos!
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