Created with flickr slideshow.

Sou Tradutora (inglês/português) profissional, formada em Letras-Tradução pela Universidade Anhembi-Morumbi, atuando há mais de 20 anos no campo técnico e especialmente literário. Traduzi mais de 190 livros até o presente, entre romances, livros de negócios, de autoajuda, biografias, guias, trabalhando como freelancer para editoras renomadas. Também escrevo artigos, crônicas, textos em geral, e acabo de publicar o “Meu Próprio Livro”. I'm a professional Translator (English/Portuguese), with a Letters/Translation degree. I've been working for more than 20 years in the area, with technical and especially literary translation. I’ve translated more than 190 books up to now, among novels, business books, biographies, self-help books, guides, working as a freelancer for renowned publishers. I also write articles, chronicles, general texts, and I’ve just published my own book, called “Meu Próprio Livro”.

Sobre o Blog / About the Blog - Link:

Onde quer que você esteja, sinta-se em casa aqui!
Wherever you are, feel at home here.
Donde quiera que estés, te sientas en casa acá.

*************************************************************************************
São inúmeros aqueles que não são mais escritores aprendizes, mas todos somos aprendizes de escritores para sempre...
There are countless ones who are no longer apprentice writers, but we are all writers' apprentices forever...

4 - Dicas de Tradução/ Translation Tips

"Tradutores são como caminhos que conduzem
 a uma melhor compreensão de diferentes realidades."
                                                                           tj*¬

INTRODUÇÃO


     As dicas que planejo postar aqui não são nada do outro mundo, não. Provavelmente, serão coisas óbvias para quem já é tradutor e, espero, úteis para quem está começando. Vou falar mais exatamente sobre os meus próprios hábitos, dificuldades, soluções encontradas e jeito de traduzir em geral, o que, talvez, sirva como dica para alguns.Jamais atingimos o conhecimento total, graças a Deus; sempre temos algo a aprender e, enquanto tivermos a aprender, teremos um horizonte pela frente. A troca de conhecimento é fantástica porque, às vezes, certas coisas estão bem diante do nosso nariz e não as vemos; basta alguém acender uma pequena luz por perto. Ou, então, temos algo bastante complexo a estudar e alguém pode nos mostrar os melhores caminhos a seguir.
   Todos sempre temos de traduzir alguma coisa, quer seja um texto de um trabalho escolar, uma carta ou relatório no trabalho, aquele manual de instruções do brinquedo dos filhos, uma letra de música... Assim, estas dicas destinam-se a todos. Como tradutora profissional, trabalho com inglês e português, por isso são os idiomas que menciono, mas o método mais abrangente de tradução se aplica a qualquer idioma.

Obs: Na página adicional chamada “Minhas Traduções”, cujo link está no alto do layout do blog, há comentários sobre as minhas traduções mais recentes.

************************************
   - Introdução
1 - A Formação do Tradutor
2 - Como Fazer uma Boa Tradução
3 - Remuneração
4 - Trabalhar em Casa (Administrando o Tempo)
5 - Língua Portuguesa: Requisito Essencial para o
     Tradutor (E Para Todas as Profissões)
6 - Cuidados Para uma Tradução Sem Deslizes
7 - Uma das Minhas Traduções Mais Gratificantes
8 - Dia do Tradutor

Obs: Há links externos de referência sobre alguns livros que traduzi ao final da página.

A few external reference links of some books I’ve translated are at the end of the page.

**************************************

**************************************
“Quando o homem mostrou sua arrogância, Deus destruiu a Torre de Babel e todos passaram a falar línguas diferentes. Mas em Sua infinita graça, criou também um tipo de gente que iria reconstruir essas pontes, permitir o diálogo e a difusão do pensamento humano. Esse homem (ou mulher) de quem raramente nos damos ao trabalho de saber o nome quando abrimos um livro estrangeiro: o tradutor.”
_ Paulo Coelho, do texto O Outro Lado da Torre de Babel




"When man grew ambitious, God destroyed the Tower of Babel, and everyone began to speak different tongues. However, in His infinite grace, he also created people to rebuild those bridges, to enable dialogue and the diffusion of human thought. This person, whose name we rarely take the trouble to notice when we open a foreign book, is the translator.”
_ Paulo Coelho, “The Other Side of the Tower of Babel”





***************************************
30/Set.
 Dia dos Tradutores e de Seu Padroeiro São Jerônimo

Sept. 30th
 Day of the Translators and of their Patron Saint: St. Jerome.



**************************************

1 - A Formação do Tradutor

     No início de 2012, ouvi através da mídia a notícia de que mais um grupo de várias profissões foi regulamentado. Lembro que, há mais de vinte anos, quando me formei, essa era uma das (já antigas) reivindicações: a regulamentação da profissão de tradutor e intérprete. Por que a profissão de tradutor não é regulamentada? Deve ser, então, porque ela não existe, não é importante, certo? Errado.
     Como sabemos, tradutores e intérpretes já eram imprescindíveis desde a Antiguidade, para auxiliar na compreensão entre os povos. E entre tantos tradutores antigos ilustres não podemos deixar de destacar São Jerônimo, que traduziu a Bíblia para o latim. Por enquanto, a nós, tradutores, resta continuarmos insistindo para sermos reconhecidos como profissionais, como é nosso direito.
     Durante a sua formação, é fundamental que o tradutor aprenda e passe a dominar o(s) idioma(s) com que vai trabalhar _ inglês, francês, espanhol, chinês, etc. _ através de cursos de idiomas longos, abrangentes e de ótimo nível que lhe darão o embasamento necessário. Esses cursos, naturalmente, quando possível, podem ser complementados por viagens aos países dos respectivos idiomas, através das quais se tem um contato direto com outras culturas, se aprimora o(s) idioma(s) estrangeiro(s) com o convívio e/ou com cursos também. No meu caso, nunca tive a oportunidade de fazer um curso no exterior e aprendi inglês numa escola excelente, o CCAA.
     Cursei-o desde os treze anos, por mais de oito anos ininterruptos, até chegar à conclusão com o chamado, na época, de “Curso de Formação de Professores”. Fiz vários outros cursos complementares de inglês mais rápidos, inclusive técnicos (oferecidos em escolas especializadas por empresas em que trabalhei). Sempre gostei de idiomas e, quando concluí o CCAA, fiz um excelente curso de espanhol, de dois anos e meio, na Faculdade Ibero Americana, que me deu uma excelente base, mas ainda não o suficiente para traduções de espanhol (provavelmente porque não me aprofundei para isso na área).
     Até aqui, cobrimos, então, o primeiro requisito. O tradutor precisa ter o domínio de um ou mais idiomas estrangeiros com que vai trabalhar. Ninguém vai lhe pedir diploma deste ou daquele curso. O que vão lhe pedir infalivelmente, não importando quantos anos ele tenha de experiência, é um teste de tradução. Sendo um tradutor bem preparado, ele passará no teste e, daí, então, através do seu bom trabalho poderá demonstrar seu conhecimento e habilidade. Desse modo, o tradutor tem que se dedicar para aprender realmente o(s) idioma(s) estrangeiro(s). E não é todo mundo que sabe um idioma estrangeiro que, apenas por isso, pode se tornar tradutor. Pode-se traduzir uma letra de música, um texto, um relatório, mas, para ser tradutor é necessário, antes de tudo, a vocação. Através da vocação (e da dedicação proveniente dela), teremos um verdadeiro e duradouro profissional da tradução.
     O segundo requisito (e talvez até mais importante que o primeiro) é que o tradutor tenha total domínio da sua língua materna _  no nosso caso, o português. Na tradução, o português será a maneira como o tradutor apresentará o seu trabalho, o produto final. O melhor meio de se chegar a um português de ótima qualidade é estudando e lendo muito. Sempre gostei de português na escola; era uma das minhas matérias favoritas e estudei muito, tanto lá quanto por conta própria. Adoro ler, o que sempre me ajudou demais.
     O domínio completo do português é só para uns poucos gênios e, portanto, faço consulta a dicionários e livros de gramática sempre que tenho dúvidas. Assim como no(s) idioma(s) estrangeiro(s), o tradutor precisa estar sempre atualizado, se reciclando e estudando, ou por conta, ou fazendo cursos adicionais.
Como em todas as profissões, existem vários outros requisitos para a formação de um tradutor. Existem diversos cursos de tradução e versão no mercado, além dos de idiomas voltados para a tradução. Cada tradutor e intérprete deverá escolher os que são mais adequados à sua área de atuação, principalmente os tradutores técnicos.
     Para ser um tradutor técnico, o profissional precisa ter profundo conhecimento, adquirido através de cursos e da própria experiência, no(s) campo(s) em que traduz, como informática, arquitetura, maquinário em geral, botânica, etc., etc. Acredito que, para certas áreas, como medicina e engenharia, por exemplo, é mais seguro que o tradutor seja um profissional delas mesmas, ou, então, tenha um conhecimento praticamente equivalente ao desses profissionais. Sempre que estiver em dúvida, deve consultar alguém da área pertinente, porque a responsabilidade nesse tipo de tradução é imensa. Aliás, esse é um recurso que deve ser sempre usado. Para auxiliá-lo em seu trabalho, o tradutor deve consultar não apenas um variado material de pesquisa, como também profissionais que trabalham no ramo ao qual pertence o tema de sua tradução (geralmente técnica, no caso).
     Não se exige necessariamente que o tradutor tenha uma faculdade de tradução. É necessário que o profissional da área traduza muito bem para se manter sempre no mercado. Consequentemente, quanto mais estudos e conhecimentos o profissional tiver, melhor. Uma faculdade dará ao profissional uma base ainda melhor, ampliando seus conhecimentos gerais. O material de trabalho do tradutor está principalmente na sua mente, no seu intelecto. Ele trabalha com base em inúmeros assuntos e matérias, devendo ter conhecimentos sobre atualidades, geografia, história, economia, literatura, etc. Quanto maior o conhecimento, maior serão os “instrumentos intelectuais” de trabalho e maior será a produtividade. Claro que ninguém é um poço inesgotável de conhecimento e daí a necessidade de muita, mas muita pesquisa mesmo. O tradutor também pode ser considerado um Pesquisador.
     No meu caso, cursei a faculdade de Letras, com habilitação em tradução; curso existente na época em que me formei na Universidade Anhembi-Morumbi (trabalhando de dia, estudando à noite e inglês aos sábados). Tive a sorte de fazer um curso bem específico que me deu um melhor preparo, pois além dos reforços em inglês e português, tive matérias como latim (a base de tudo no nosso grupo de idiomas), literatura, tradução e versão. Fiz variadas traduções e versões no curso, com a orientação dos professores, e também aprendi sobre como deve ser um tradutor, desde questões de ética profissional até as de aquisição de conhecimento. Onde aprendi ainda mais, sem dúvida, foi com a experiência, na tradução de vários livros ao longo de mais de vinte anos.
     Além de uma faculdade de Tradução, de Letras, ou de outra área que o profissional tenha feito (e acabará lhe sendo útil de um jeito ou de outro, porque conhecimento é a bagagem indispensável do tradutor), existem cada vez mais cursos de idiomas e de tradução no mercado. Se um profissional não tem ou não deseja cursar uma faculdade para trabalhar como tradutor, pode estudar o(s) idioma(s) de sua preferência e fazer esses ótimos cursos técnicos de tradução oferecidos.
     Enfim, seja lá se que maneira for que você se torne um tradutor profissional, acaba acontecendo como em inúmeras outras profissões. O que vão exigir para que você se mantenha atuando na área, sendo respeitado e reconhecido profissionalmente e ganhando o seu dinheirinho suado, é que você dê conta do recado.
     Boa sorte a todos!
*************************************
2- Como Fazer uma Boa Tradução

     Uma das frases que mais me marcou quando fiz a faculdade de tradução foi a seguinte: “O tradutor tem de ser fiel ao autor”. É onde reside todo o alicerce para se traduzir. É o que eu costumo chamar de “entrar na mente do autor”.   Em primeiro lugar, o tradutor tem que entender perfeitamente o que o autor quis dizer para poder transmitir isso a outras pessoas. É como se ele fosse uma ponte entre o autor e o leitor. No caso de um manual técnico, não há essa espécie de “envolvimento” com o autor, mas, da mesma maneira, o tradutor precisa entender com toda a clareza o original.
     O ideal antes de se fazer uma tradução é ler o texto original. Quando o texto é curto, isso é possível e facilita o entendimento. Mas quando se trata, por exemplo, de um livro de 300 ou 400 páginas, não há tempo hábil, pois os prazos costumam ser curtos.
     O que faço é dar uma olhada geral no livro, descobrir o tema, calculando aproximadamente quantas páginas preciso traduzir por dia e ir me preparando para as pesquisas que terei que fazer. Não apenas em livros técnicos sobre determinados assuntos, como também em romances sempre há coisas a se pesquisar para um melhor entendimento. Num romance que se passa em outro país, geralmente é necessário pesquisar sobre a cultura, culinária, lugares típicos, tradições, etc.
     Faço minhas pesquisas no Google, mas entro em vários sites procurando aqueles que são confiáveis, como, por exemplo, sites de portais, de revistas, de instituições de ensino, etc. Acontece que existem inúmeros blogs e muitas vezes um texto idêntico aparece em vários deles e é impossível saber a fonte. Assim, vou pesquisando até encontrar o que preciso numa fonte confiável para, assim, poder estar a par da informação correta. Também ajuda olhar as imagens do Google, pois, às vezes, descobrimos que uma palavra para a qual não encontrávamos tradução é, na verdade, o nome da marca de um produto.
     Também sou da época em que não existia internet, apesar de adorar seus recursos, da época em que se pesquisava em livro de papel, em enciclopédia. Aliás, tenho uma enciclopédia que já usei muito e uma pequena coleção de livros. Sempre que surge um livro com um determinado tema que preciso entender melhor, vou até o sebo e escolho um ou dois livros em português sobre o tema que julgo adequados. (Claro que não iria até a livraria gastar muito para comprar livros para traduzir outro livro; não faria sentido.) Esses livros do sebo têm sido muito úteis como complemento das pesquisas, não tendo influenciado em nada na precisão dos temas o fato de não serem zero quilômetro; apenas ignoro a ortografia antiga, claro.
     Começo, então, a traduzir um livro no Word. Quando chego a algum ponto que precisa ser pesquisado, só paro para isso quando é algo rápido. Quando percebo que será mais demorado, para não atrapalhar o rendimento, deixo uma marca na tradução para pesquisar depois. Assim, prossigo. Como não li o livro antes, volto atrás e corrijo algum detalhe que não havia entendido bem antes. (É um luxo para quem traduziu por muitos anos com uma máquina de escrever no começo da carreira).
     Conforme a tradução prossegue, vou me aprofundando mais nas ideias e pensamentos que o autor quis transmitir. Chega o ponto em que costumo dizer para mim mesma que “peguei intimidade” com o livro. Não sei explicar, talvez seja a experiência. Nesse ponto, eu me sinto como se já o tivesse dominado e tudo vai fluindo melhor. Na verdade, costumo me “afeiçoar” a todos os livros que traduzo e procuro fazer isso da melhor maneira possível, como se fossem meus, para que fiquem exatamente da maneira que o autor pretendeu no original.
     Depois que termino de traduzir o livro, termino de pesquisar o necessário e preencho todos os trechos onde deixei as marcas. Quando a tradução está totalmente pronta é aonde chego à fase que chamo de “conferência”. Leio a tradução inteira desde o começo com atenção e vou corrigindo eventuais erros de digitação e fazendo uma ou outra alteração que acho necessárias de palavras ou trechos. Enfim, envio a tradução pronta para a editora, onde ela passará pela revisão e preparação.
    Faço todo esse processo, desde o recebimento do livro, passando pela tradução, pesquisa, conferência, até a entrega dentro do prazo que me foi estipulado. Por essa razão, como é um trabalho longo e minucioso, me esforço para administrar o tempo de acordo.
     Quando traduzo, me faço a pergunta: “Como eu diria isto em português?”, ou “Como as outras pessoas diriam isto em português?” Ou seja, não devemos fazer uma tradução literal, mas traduzir de uma maneira que o leitor entenda, que soe natural para ele. Também temos de usar uma linguagem que leve em conta o público alvo: infantil, infantojuvenil, adulta, técnica. Temos de traduzir gírias, ditados, provérbios de acordo com os nossos e fazer adaptações quando necessário.
     Uma coisa que leio ou ouço em traduções na tevê e não acho adequado (soa estranho) é quando traduzem o nome de uma personalidade ou programa estrangeiros usando nomes brasileiros que são desconhecidos para os americanos, ingleses, etc. naquele contexto. Existem muitos nomes de personalidades e programas do país de origem que são mundialmente conhecidos e poderiam ser usados na tradução.
     Outro cuidado que se deve tomar quando se traduz um romance, em geral com dois protagonistas, é evitar o uso excessivo de ele e ela. Procuro equilibrar o texto intercalando ele e ela com os nomes dos personagens e usando os pronomes pessoais lhe(s), o(s), a(s), si e a palavra “ambos” como recurso. Só tomo o cuidado de dosar tudo isso para não exagerar em nenhuma das palavras.
     Como enfatizei em outro texto, até melhor do que o próprio inglês (embora ele tenha de conhecê-lo a fundo), é imprescindível que o tradutor saiba português muito bem, pois é nesse idioma que apresentará o resultado final do seu trabalho.

 *************************************
Tradutores são caminhos que levam de
um lugar ao outro sem deixar que o leitor

se perca no meio do percurso. tj*¬


Translators are paths that lead from one
place to another without letting the reader
get lost in the middle of the journey. tj*¬


*************************************
3- Remuneração
     Esta não é uma profissão que deixe uma pessoa rica. Em geral, tradutores juramentados e intérpretes ganham melhor que tradutores técnicos e literários. Para uma informação mais precisa sobre ganhos por laudas, recomendo uma consulta à tabela de valores da Associação Brasileira de Tradutores, na internet.
    Como acontece em todas as profissões, porém, as tabelas de remunerações existem como uma base, um mero parâmetro, pois os valores recebidos por um profissional variam muito de empresa para empresa, tempo de serviço, cargo e inúmeros outros fatores.
     Há muitos tradutores que estipulam o preço que cobram por lauda, especialmente nas traduções técnicas. Há também os tradutores que abrem suas próprias empresas de tradução e existem casos de empresas que contratam tradutores e os registram formalmente. O caso mais comum, porém, é o de tradutor que trabalha como freelancer. Como vários outros profissionais, o tradutor autônomo pode ter empresa aberta para receber através da emissão de nota fiscal e recolhimento de impostos. Ou então, ele pode trabalhar através do sistema de RPA, em que a empresa paga o profissional através de contrato e recibo e ela mesma já recolhe o imposto de renda, pagando o valor líquido ao tradutor pelo serviço contratado.
     Comento aqui, desse modo, apenas como é a minha experiência pessoal nesse aspecto de ganhos. Trabalho há mais de vinte anos para editoras como freelance, fazendo tradução final de livros. São as editoras que determinam quanto pagam por lauda aos seus tradutores _ e não eu _ quando fecho um contrato para traduzir um livro, sendo que esse valor também pode variar de editora para editora. O tamanho de uma lauda também varia, podendo ser de 1.600, 1.800, 2.000 caracteres, etc. Ou seja, em média, uma lauda é mais ou menos do tamanho de uma página de livro comum (embora os livros também variem de tamanho devido à fonte ou a ilustrações) _ por isso, digo “em média”.
     Neste caso, o que um tradutor ganha está proporcionalmente ligado ao seu empenho e desempenho. O profissional tem de traduzir muito bem (tradução final, neste caso) um determinado número de laudas por dia, dependendo da dificuldade do livro (embora o valor da lauda geralmente não varie de acordo com o grau de dificuldade do material da editora), a fim de conseguir um valor razoável o mais depressa que a tradução caprichada permitir e, digamos assim, montar um "salário mensal". Por exemplo, para conseguir ter uma espécie de salário mensal mais ou menos razoável (em comparação aos salários de modo geral no nosso país), consigo traduzir, em média, o que costumo chamar de um livro pequeno (cerca de 200 a 250 páginas) no prazo de um mês, um livro grande (cerca de 350 páginas) num prazo de um mês e meio a dois meses e um livro enorme (cerca de 450 páginas) em mais ou menos dois meses e meio e assim por diante.
     Normalmente, as editoras pagam um mês após a entrega do trabalho. Então, o tradutor que trabalha por conta tem de estipular para si uma jornada de trabalho de oito horas rigorosas diárias, no mínimo _ não necessariamente seguidas _ (ou mais, dependendo da dificuldade do trabalho); precisa ter muita disciplina porque, muitas vezes, fazendo um trabalho para uma editora, terá de dividir o valor recebido por dois meses, por exemplo.
    Quando o pagamento de um trabalho de dois meses cai num mês só, o desconto de imposto de renda é altíssimo (no caso, ele pode recuperar parte dele na restituição de imposto), para o caso do tradutor que recebe através de RPA. Há também muitos tradutores que trabalham como pessoa jurídica, emitindo nota fiscal e, portanto, os cálculos são diferentes.
     Há tradutores autônomos que fazem traduções mais curtas e, principalmente técnicas e trabalham para vários lugares. Outros trabalham como contratados. Mas quando você começa a traduzir um livro, não consegue tempo hábil para trabalhar para nenhuma outra editora ou empresa ao mesmo tempo. A menos que um profissional tenha duas atividades (como professor, por exemplo) e divida seu tempo (e ganhos) de acordo.
     Em suma, é necessário ter muita disciplina para se conseguir um ganho razoável; é imprescindível saber administrar a quantidade de trabalho diária ou mensal para não sobrar mês e faltar “salário”. Acima de tudo, o tradutor precisa ter amor à profissão e muita, mas muita dedicação mesmo, ou, do contrário, não conseguirá se manter razoavelmente bem com ela. O tradutor _ além do equipamento, conhecimento e materiais de pesquisa e consulta _ é o seu próprio e principal instrumento de trabalho.

*********************************** 
4- Trabalhar em Casa (Administrando o Tempo)

     Após anos trabalhando sem um lugar definido, num canto ou outro da casa, onde conseguia encaixar um rack e um micro, finalmente realizei o meu sonho de ter o meu escritório, há algum tempo.
     Ele é minúsculo. Ocupa a varanda do meu pequeno apartamento que fechamos com vidro e convertemos, com cerca de 0,80 m de largura por uns 2,30 m de comprimento. Mas é o suficiente para eu colocar tudo que preciso para trabalhar, além das coisas de que gosto para deixá-lo com cara do "meu cantinho".
     E é o que, em primeiro lugar, acho que as pessoas que trabalham em casa têm de providenciar: um canto onde possam trabalhar tranquilas e se sintam bem. Pode ser um canto do quarto, da sala, um corredor, uma varanda... Ou um cômodo, claro, para os que tiverem um quarto ou sala extra. O importante é que seja funcional, aconchegante, sossegado. E cada pessoa pode encontrar a solução que seja ideal usando um pouco de criatividade, como eu mesma, que transformei um espaço bastante reduzido nesse escritório que, modéstia à parte, acho tão charmoso.
     É muito agradável trabalhar nele e, mesmo neste pequeno espaço, tenho à mão tudo o que preciso para escrever e trabalhar como tradutora, inclusive guardar os livros que traduzo e material de pesquisa num armário com vidro, ao estilo de cristaleira, que mandei fazer para proteger minhas coisas do pó.

     E o melhor de tudo, esse meu escritório saiu por um preço bem acessível, pois fiz uma pesquisa e encomendei as peças numa loja de móveis rústicos numa rodovia na saída da cidade. Saíram praticamente o mesmo preço de uma loja mais popular de móveis. Acredito que num ambiente adequado e aconchegante, nossa produtividade aumenta e nos sentimos melhor no nosso trabalho.
      Resolvido esse assunto de um lugar tranquilo para se trabalhar, ainda há muitas questões a serem levadas em conta. A principal delas é a disciplina. A fim de conseguir cumprir prazos e desempenhar um bom trabalho, um profissional tem que fazer de conta que está numa empresa e ser organizado e responsável, como se fosse seu próprio patrão. Os horários acabam sendo flexíveis, mas tem de haver uma cota diária de horas de trabalho para que o trabalho seja realizado.
     Se precisa sair para uma consulta médica, por exemplo, ou resolver algum outro assunto numa segunda-feira, ou surgir uma emergência, ele poderá repor as horas de trabalho perdidas no sábado ou no domingo. Se levanta cedo para trabalhar e o faz até o fim da tarde, mas acaba perdendo uma manhã por algum motivo, poderá repor essas horas de trabalho à noite.
Isso, porém, não deve ser rotina, mas exceção, apenas quando necessário, ou, do contrário, os horários de trabalho podem acabar fugindo ao controle e gerando estresse e perda de produtividade.
     O ideal é se criar um horário diário e cumpri-lo o mais à risca possível, usando o tempo restante para outras atividades, como o faria se ele estivesse trabalhando numa empresa.
     Quem traduz como eu, por exemplo, sabe que os prazos costumam ser apertados e o volume de trabalho, grande. O cuidado que o tradutor tem de tomar é o de se não ser exigente demais consigo mesmo. Ainda que até estabeleça uma jornada de trabalho diária longa, não deve prolongá-la sempre até tarde da noite ou até os fins de semana. Exceto por um serviço ou outro urgente que exija demais, os que trabalham em casa têm de criar uma rotina estável, equilibrada, para si mesmos. Isso significará manter a saúde, a qualidade de vida e produtividade.
     Uma das desvantagens de se trabalhar em casa como autônomo é a de não ter direitos trabalhistas, nem os benefícios de uma empresa, como férias. O trabalhador freelancer tem de fazer um enorme esforço para guardar um pouco de tudo que ganha como reserva para as férias, mas nem sempre é fácil. E ele é o responsável pela manutenção do seu próprio computador, quando é o caso.
     As vantagens é que pode fazer suas refeições tranquilamente (seguir a dieta saudável que quiser), não tem que ficar preso no trânsito infernal diário da cidade, pode se deitar e tirar um cochilo se sentir um mal-estar, ouvir música trabalhando, se vestir de uma maneira mais despojada, dar um mergulho na pequena piscina do prédio no meio do dia, receber uma visita inesperada, fazer seu próprio horário, pois tem gente que prefere trabalhar à noite ou até de madrugada.
     Todas as vantagens, porém, só podem ser desfrutadas se o profissional mantiver um ritmo geral que lhe possibilite trabalhar o total inteiro de horas necessárias para apresentar seu trabalho no prazo estipulado. Será tudo uma questão de bom senso e boa administração do tempo. E, se procrastinar no começo, terá de trabalhar sob pressão para conseguir entregar o trabalho no prazo.
     No quesito "visita inesperada", entramos em outro campo perigoso, o das distrações. Para o profissional que trabalha em casa, existem várias distrações como e-mails, redes sociais, longos telefonemas, tevê e tudo que surgir a sua volta e o tentar a deixar seu serviço. Gentil mas firmemente, ele tem que deixar claro a quem conhece que aquele é seu trabalho, que está ali como se estivesse numa empresa. Enfim, para trabalhar bem em casa, um profissional precisa ter, acima de tudo, disciplina e perseverança.
     A tradução, que é a minha área, é uma atividade árdua e solitária e, portanto, o tradutor deve buscar atividades totalmente diferentes de seu campo de atuação nos horários livres, como fazer caminhadas, praticar exercícios, esportes, fazer amizades, passeios, passatempos, vida familiar. Enfim, deve ter todo o lazer que puder nos horários de folga para se refazer. E o mesmo se aplica a qualquer profissional.
     Quem trabalha em casa sabe que é impossível "se fechar num cofre", especialmente uma dona de casa como eu. Tenho a minha rotina e o meu horário para trabalhar estipulado, mas as interrupções são inevitáveis. Os assuntos domésticos acabam se misturando com os de trabalho, e é preciso usar muito jogo de cintura para manter o equilíbrio. Tento resolver o máximo que posso nos horários livres, mas, quando não é possível, acabo apelando para aquele esquema de "compensação de horas" que mencionei. É péssimo para um profissional não cumprir o prazo. Hoje em dia, para não correr esse risco, eu me programo (através do esquema de horas diárias) para entregar a tradução alguns dias antes do prazo. Assim, tenho alguns dias de sobra para alguma eventualidade.
     Esse é o ideal, aliás, para o profissional que trabalha em casa. Faça um planejamento, programe-se para entregar o trabalho antes do prazo estipulado quando possível. Assim, você trabalhará tranquilo, sem estresse, e o seu trabalho sairá bem melhor.

************************************
5 - Língua Portuguesa: Requisito Essencial para o
     Tradutor (E para todas as Profissões)


     Não sou de corrigir as pessoas na fala, pois acho que isso cabe aos educadores, mas pessoas costumam me pedir para revisar textos. A nossa língua materna é uma questão complicada. Ninguém usa a maneira formal e absolutamente correta do idioma na fala do cotidiano (para não correr o risco de soar pedante) e podemos nos considerar com sorte quando escrevemos impecavelmente certo.
     Mas isso não significa que se deva descuidar do português. Não custa nada fazer uma forcinha para falar um pouco melhor. Problemas de dicção à parte, a serem arduamente resolvidos por fonoaudiólogos, porque, hoje em dia, muita gente fala para dentro... É, ou não é? "A gente" virou "aenti"; "você" é "cê, existe o "kikifoi" e por aí vai _  sem falar que o "internetês" merece um capítulo próprio.
     A questão principal é que as pessoas não se dão conta de quanto seu idioma materno é importante, não apenas em sua vida pessoal, mas principalmente na profissional, que ele é um requisito essencial para todas as profissões. Muita gente acredita que, se não é professor de português, escritor, jornalista, tradutor, não precisa falar português corretamente. Muitos agem como se o seu próprio idioma não fosse parte inerente da sua profissão e cometem infâmias linguísticas e gramaticais. Eles se esquecem de que precisam preparar relatórios, cartas, e-mails legíveis, etc., conversar, expor suas ideias em reuniões, projetos, falar claramente com clientes e por aí afora.
     O idioma materno correto é imprescindível em qualquer área (sem mencionar a necessidade cada vez maior de se falar idiomas estrangeiros). Assim, se você é um aluno que reclama que tem de estudar português, saiba que ele vai acompanhar você durante a vida toda e, quanto mais correto, melhor. Aliás, tudo que aprendemos, acabará sendo útil algum dia, de um jeito, ou de outro. Algo que ajuda imensamente é lermos muito para, entre outras coisas, assimilarmos a acentuação correta e adquirirmos vocabulário.
    O ponto crucial é que muitos profissionais se preparam exaustivamente, fazendo mil e um cursos técnicos, faculdade, pós-graduação, informática, espanhol, inglês, e não dão tanta importância ao português às vezes, o que os leva a correr o risco de cometer derrapadas medonhas.
     É claro que também falo errado no dia a dia às vezes. Como toda boa paulistana, confesso que engulo um "S" daqui e dali, trucidando ocasionalmente o plural. Escapa um "Ai, que dor nas 'costa'" de vez em quando, ou "Tira esses 'pé' daí". Ou uso o "tá", "tô", como todo mundo coloquialmente. Ninguém é de ferro (exceto o Homem de Ferro), certo? Dependendo da situação, temos de dar um desconto para uma escorregadela ou outra.
     Quando escrevo textos e na minha profissão como tradutora, porém, tenho de escrever o mais corretamente possível, sendo que o português chega a ser mais importante até do que o inglês nas traduções, pois ele é o "resultado final" do trabalho. Claro que fico com várias dúvidas e, além das pesquisas que faço, tenho instalado como companheiro inseparável o Aurélio, que considero o melhor dos dicionários de português, além dos dicionários confiáveis online.
     Agora, da mesma justa maneira que as minhas escorregadelas devem doer aos ouvidos dos outros, o que não aguento, o que dói ao primeiro acorde desafinado é o já clássico "para mim fazer" ou "para mim (acrescente um verbo qualquer no infinitivo)". Eu me retorço por dentro quando ouço uma derrapada dessas, embora dê o devido desconto quando quem fala assim é alguém que não teve acesso à instrução. Quando alguém diz “para mim fazer”, tenho de reprimir uma vontade imensa de berrar um "é para EU fazer" a plenos pulmões.
     Há certo tempo, um advogado perdeu toda a credibilidade comigo quando soltou um "para mim fazer". Estava indo bem, eloquente e tudo mais, mas depois do primeiro "para mim fazer", tudo que ouvi foi uma sequência de "para mim ir", "para mim buscar" e sei lá o que mais. Era para resolver uma coisinha corriqueira qualquer, mas não me animei a contratar os serviços dele.

     Não é uma questão de ser chata, mas acho que, se um profissional não aprendeu nem sequer o próprio idioma primeiro, não deve ter aprendido o restante tão bem assim tampouco. E os e-mails que vejo às vezes... Como uma criatura não sabe que tem de usar ponto final, vírgula e outras coisinhas básicas para ser compreendida? De pessoas instruídas, sim, de variadas profissões... Em suma, a fala e a escrita corretas, como vários outros aspectos, são partes importantes da imagem das pessoas, complementando seu “cartão de visitas”.

************************************
6 - Cuidados para uma Tradução sem Deslizes 

     Há quem encha a boca às vezes para falar de eventuais "tropeços" de tradutores profissionais, de seus "escorregões" numa determinada tradução ou outra. Quem faz isso certamente não têm a menor noção de quanto é difícil traduzir e acaba generalizando injustamente. No Brasil, a profissão de tradutor não é regulamentada e, portanto, qualquer pessoa que saiba inglês e tenha um português razoável (ou não) se arrisca a traduzir. Concordo que nem todo mundo traduz bem, que há os tais tropeços. E é preciso que o profissional da tradução (formado em Letras/Tradução ou não) seja bem preparado em vários aspectos, especialmente no português, além do idioma(s) estrangeiro(s), naturalmente. Mas eu só gostaria que quem critica deslizes imaginasse a seguinte situação, que às vezes acontece por uma urgência ou outra:
_ Você tem um mês para traduzir um livro de 400 e tantas páginas.
_ Esse livro fala sobre vários assuntos, sendo que de uns você entende mais, de outros menos, como todo mundo. Então, tem de pesquisar muito.

_ Há também vários termos nesse original cuja equivalência em português é difícil de encaixar.

_ Para dar conta do prazo, você trabalha de dia, de noite, aos sábados e até no domingo às vezes, descansando bem pouco.

_ Dizem para você que esse livro vai passar por uma revisão adequada, mas praticamente não usam revisor técnico; só a gramática e erros de digitação são corrigidos.

Assim, uma das primeiras dicas que dou (ou ao menos algo que faço sempre) é:

_ Faça você mesmo uma revisão prévia da sua tradução.

_ Pode parecer cansativo, mas faz parte do processo.

_ Depois que você terminou de traduzir e mudou o que precisava e arrumou tudo o que tinha de arrumar (lacunas que deixou para pesquisar depois, etc.), ou seja, depois que o texto traduzido ficou pronto, leia-o inteiro com atenção.

_ Não chamo isso exatamente de revisão, mas de "conferência". Com certeza, você terá a chance de arrumar erros, notar imprecisões, falhas, etc., que passaram despercebidos antes.

_ Claro que os revisores fazem isso em seguida e são excelentes profissionais, donos de infinita paciência, corajosos em assumir tal responsabilidade, e têm grande conhecimento.

_ Mas, ao conferir seu próprio trabalho, você o está deixando mais limpo, preciso, diminui a chance de que saia com erros e deixa bem claro pontos que talvez nem o revisor percebesse se não estivessem tão adequados, pois não foi ele quem traduziu. Claro que alguma coisa sempre passa (e é aí que contamos com o revisor), porque acontece às vezes que, de tanto lermos e lermos a mesma coisa, simplesmente não "enxergamos" o erro. Ou há aqueles casos em que o revisor tem a visão mais apurada para deixar frases suas ou termos com melhor sentido, ou mais bem elaborados. É natural. Faz parte do trabalho em equipe.

_ Mas a primeira responsabilidade para com a tradução é sua, tradutor. Afinal, quem leu o original, quem "entrou na mente do autor" e captou todas as nuanças do que ele queria dizer, quem está transmitindo isso com suas próprias palavras, até mesmo como um coautor, é você, tradutor.

_ É o seu nome, tradutor, que é publicado na obra e é você que ganhará os louros por seus esforços (embora poucos os reconheçam), ou é você que será execrado até pelos mais leves tropeços (e isso ninguém deixa passar).

_ Afinal, é sempre assim em todas as profissões. Pergunte aos goleiros. Mil defesas espetaculares e um "frango" catastrófico. Adivinhem o que será mais comentado, pelo que eles serão lembrados?


************************************

7- Uma das Minhas Traduções Mais Gratificantes


     “Paulina Bonaparte: a Princesa do Prazer” foi uma das traduções mais difíceis que já fiz, mas, ao mesmo tempo, uma das mais gratificantes, porque, além da complexidade da história em si, traduzi o livro para o português quando estava sem internet, por alguma razão ou outra.
   Na etapa da pesquisa, passei vários dias mergulhada até o pescoço em livros, com vários volumes de enciclopédia abertos na mesa, livros de história antigos e do sebo esparramados à minha volta, para estudo e comparações. Sem mencionar os mil e um papéis de anotações minhas formando pilhas e pilhas ao redor. E o que me pareceu penoso demais na época _ devido aos famosos prazos apertados, que já fazem parte da rotina dos tradutores, e a tanto esforço _ hoje me traz grande satisfação profissional e redobra a minha autoconfiança na função que exerço. Porque é exatamente assim que traduzo: estudando, pesquisando e aprendendo sempre mais, buscando fontes confiáveis, comparando-as, etc.
    Afinal, como tanta gente já sabe e diz, não é apenas porque algo está publicado num livro ou na mídia, ou porque está postado na internet que significa necessariamente que é verdade. Assim, o tradutor precisa averiguar a veracidade dos dados que pesquisa. Neste caso, por exemplo, tive de checar nomes próprios que foram aportuguesados ao entrarem para a História, dados e nomes de batalhas e locais em geral onde toda a história vai se passando, porque a maioria tem um equivalente em português, além de todos os termos, expressões idiomáticas, etc.
     “Paulina Bonaparte: a Princesa do Prazer” é um livro de teor inédito em publicações, uma biografia fiel, contando sobre uma personagem histórica que ainda não havia sido praticamente divulgada nas publicações em português, a não ser como “a irmã de Napoleão”. Tendo como pano de fundo a ascensão e queda de Napoleão, a autora fez uma detalhada e minuciosa pesquisa em arquivos, diários, cartas, etc. na França, na Itália e em parte na Inglaterra, reunindo material suficiente para traçar um perfil completo sobre Paulina Bonaparte.

Obs: Na página adicional chamada “Minhas Traduções”, cujo link está no alto do layout do blog, há comentários sobre as minhas traduções mais recentes, inclusive um mais detalhado sobre esta.
*************************************
8 - Dia do Tradutor / Translator's Day
 

30/09


Entre outras celebrações importantes,
30 de setembro também é o:
Dia do Tradutor!
Ofereço estas flores a todos os meus colegas
 Tradutores que bem sabem quanto nossa
 jornada é árdua, mas também
 imensamente prazerosa.
     O Dia do Tradutor é comemorado mundialmente em 30 de setembro em homenagem a São Jerônimo, que traduziu a Bíblia para o latim, levando 15 anos para a sua conclusão.
Foi o Papa Dâmaso I que o incumbiu de traduzir a Bíblia para o latim, graças ao seu conhecimento deste idioma, do hebraico e do grego.
     O santo padroeiro dos tradutores morreu em 30 de setembro de 420, razão da escolha da data. São Jerônimo também é o santo protetor das Secretárias por ter sido o secretário do Papa Dâmaso.

 Feliz Dia do Tradutor a todos os meus Colegas!

September 30th - Translators' Day - St. Jerome
     The International Translators’ Day is celebrated on September 30th on the feast of St. Jerome, the Bible translator who is considered as the patron saint of translators because he translated what was recognized as the official version of the Bible into Latin, the Vulgate.

Happy Translator’s Day to you all, dear colleagues!

São Jerônimo


St. Jerome



*************************************



Bem-Vindos às Demais Páginas deste Blog.
Be Welcomed to the Other Pages of this Blog.




**************************************

Como referência, estes são links externos relativos a alguns dos livros que traduzi para o português:

As a reference, these are a few external links related to some of the books I translated to Portuguese:

SL Revista Eletrônica - Slash

Folha UOL – O Atlas Mundial do Whisky

Google Search
Tina Jeronymo O Atlas Mundial do Whisky

Publishnews – Whisky Classificado

Livraria Cultura

Livraria da Folha – Desafios Gerencias

Dicas da Capital

Livraria da Travessa

Livraria da Travessa – Armas – Uma História Visual de Armas e Armaduras

ISBNS.Net

Google Livros
   
Obs: Não ganho nada com vendas de livros. Recebo da editora apenas uma vez no ato da entrega da tradução em si.
I don't earn with book selling, I'm paid just once when I do the translation itself.

2 comentários:

Unknown disse...

Tina, na vida é muito importante: disciplina e gostar do que faz e não pensar só na parte financeira,
Parabéns por tudo! beijos

Unknown disse...

Obrigada, Val! Sim, eu adoro o que faço. Em geral, tradutores não ganham muito, nem de longe o que merecem pelo trabalho tão árduo e nem sempre reconhecido. Mas também acho que, na nossa vida, o dinheiro só é benéfico quando existe na medida certa para se ter qualidade de vida. Beijos!

Postar um comentário