Created with flickr slideshow.

Sou Tradutora (inglês/português) profissional, formada em Letras-Tradução pela Universidade Anhembi-Morumbi, atuando há mais de 20 anos no campo técnico e especialmente literário. Traduzi mais de 190 livros até o presente, entre romances, livros de negócios, de autoajuda, biografias, guias, trabalhando como freelancer para editoras renomadas. Também escrevo artigos, crônicas, textos em geral, e acabo de publicar o “Meu Próprio Livro”. I'm a professional Translator (English/Portuguese), with a Letters/Translation degree. I've been working for more than 20 years in the area, with technical and especially literary translation. I’ve translated more than 190 books up to now, among novels, business books, biographies, self-help books, guides, working as a freelancer for renowned publishers. I also write articles, chronicles, general texts, and I’ve just published my own book, called “Meu Próprio Livro”.

Sobre o Blog / About the Blog - Link:

Onde quer que você esteja, sinta-se em casa aqui!
Wherever you are, feel at home here.
Donde quiera que estés, te sientas en casa acá.

*************************************************************************************
São inúmeros aqueles que não são mais escritores aprendizes, mas todos somos aprendizes de escritores para sempre...
There are countless ones who are no longer apprentice writers, but we are all writers' apprentices forever...

segunda-feira, 2 de julho de 2012

2012 - Fim dos Tempos?

     Em termos de estilo, podemos “brincar” com o nosso idioma dentro de um contexto em que a licença poética seja permitida, desde que fique claro que este não está seguindo a norma culta e que, portanto, tais “transgressões” não devem ser imitadas e/ou adotadas erroneamente em outro contexto. É o que acontece nos gibis ou em outros tipos de texto em que é reproduzida a fala coloquial, regional, ou com certas expressões idiomáticas e gírias. Foi mais ou menos o que fiz aqui, no intuito de criar um texto mais leve e descontraído.


     Certo dia, numa data não muito precisa, dois dos extraterrestres que davam "suporte técnico" aos maias, Shuruh e Byzun, estavam jogando conversa fora. 

B _ E aí, Shuruh, beleza?
S _ Tudo na moral, Byzun!
B _ Eu tava pensando... A gente já tá aqui de bobeira há um tempão.
S _ Fazer o quê, né? Ordens lá da chefia de TI.
B _ Ah, mas isto aqui tá um marasmo, cara. Eu tava a fim de curtir uns lances mais maneiros do que ficar aí, ensinando essas paradas de agricultura, cálculos, para esse povo. Maior chatice. O que é que tu acha, Shuruh?
S _ Não dá com a língua nos dentes não, mas tá um porre mesmo...
B _ E se a gente fizesse alguma coisa... Tipo assim... Sei lá. Mais agitada?
S _ Os caras vão falar para a gente que a galáxia, o Universo são bem grandinhos, valeu? Não estão satisfeitos, procurem outra coisa.
B _ Mas já tá dando pra trás antes da gente pensar num lance qualquer, Shu? Se liga! Tuas férias tão vencidas e tudo. Do jeito que a coisa tá corrida aqui, a chefia não vai te dar folga tão cedo, não...
S _ E você acha que trabalho aqui porque eu gosto, mané? Este negócio de suporte técnico a terráqueo é um porre, meu. E, depois, a patroa vive estourando o limite do cartão de crédito.
B _ É, ninguém merece, Shuruh... Aqueles juros do inferno, de meter medo até no Darth Vader, a gente se matando de trabalhar que nem doido para elas ficarem batendo perna pelo Universo inteiro, só gastando... Ainda se levassem a minha sogra junto para passear perto do Buraco Negro... Vai que a "véia" escorrega lá para dentro...
S _ Podes crer... Ei, tive uma ideia, Byzun! E se a gente acabasse com a Terra de uma vez por todas?
B _ Ah, também não exagera, vai! Isto aqui pode não ser maneiro, mas eu preciso deste emprego. Vou fazer o que depois?
S _ É... a coisa tá braba. Para conseguir um trabalho naquelas empresas intergalácticas não tá mole, não. Exigem um monte de coisas que acabam não usando, pagam pouco e, no fim, colocam lá o mané do filho do dono, ou uma “vadiete” qualquer...
B _ Maior roubada... Quer saber, Shu? Dá vontade de acabar com este planetinha aqui só de pirraça, tá ligado?
S _ Talvez não fosse se perder muita coisa. Pelo que ando vendo na tela do futuro, o povo daqui nunca aprende mesmo. É brabeza... E viu as espadonas e machados que eles andaram sentando na cabeça uns dos outros nas guerras do passado, né? Coisa tosca. Agora, no futuro ainda vão cometer muitos absurdos, infelizmente...
B _ Dá até arrepio. Sou contra a violência. Uma imbecilidade as tais guerras. Se bem que, se eles tivessem fulminado a laser, teria sido mais prático, sem aquela eca toda, não? Agora, fica de bobeira que esses maias aí ainda vão te pegar. Você viu que medonho essa coisa de sacrifícios? Se bem que os astecas pegam bem mais pesado...
S _ Isola, Byzun! Não tá vendo que eles adoram a gente, literalmente. É tipo assim... um lance de superstar intergaláctico... Tô dando autógrafo e tudo! Irado.
B _ Só aqui mesmo... Mas voltando àquela parada, acho que seria mais fácil para nós acabar com este planeta, né, não? O planeta em si até que dá para o gasto, mas já estou cheio dessa vibe ruim toda.
S _ É, seria, mas tô sem tempo, cara. Vou ter que esperar até me aposentar.
B _ Como assim, criatura? Vamos ter que esperar tudo isso aqui? Já não tá dando... E foi você que deu a ideia, lembra?
S _ Sossega o facho, Byzun. Ouvi dizer que a gente não vai ficar aqui muito tempo mesmo. É só para ensinar o básico aí para o povo, valeu?
B _ Será...? Os caras só prometem, prometem e a gente aqui se ferrando, com esse salário chinfrim. Dá a maior deprê, tá ligado?
S _ Vê se você topa este lance, Byzun. A gente pode acabar com este mundo, tipo... Mais para a frente. Afinal, sabe como é... A gente ensina o serviço direitinho, depois vêm outros e dão aquele pé na bunda da gente de qualquer jeito... É sempre assim.
B _ É, pega geral. Deixa eu ver uma coisa aqui na minha agenda holográfica... E se a gente acabasse com o mundo bem mais no futuro... Tipo em... 1843?
S _ Hummm... Deixa eu ver. Não vai dar, não. Vou estar superocupado nessa época. Vou ter uns cursos de reciclagem, palestras em Alfa Centauro; maior chatice. Que tal em... Deixa eu ver... Acho que dá, sim... Tipo em... 2012?
B _ Taí, Shuruh. Gostei; número redondinho. É só escolher o dia e a hora.
S _ É melhor mesmo. Vai saber o que ainda podem inventar para a gente fazer aqui... Só falta pedirem para a gente ficar abduzindo o povo aí, para baixo e para cima.
B _ Nem me fale. Aquelas paradas lá das pirâmides do Egito já deram o maior trabalho.
S _ Brabeza... Aquele pessoal de TI acha que a gente é babá de terráqueo. Fala sério!
B _ A gente acaba com esta pocilga e pronto. Deixa eu ver... É... Pode ser em 2012 mesmo. Deixa ver a que horas... Resolvido. É só falar para os maias marcarem lá naquele lance de calendário deles para o povo ir ficando esperto...
S _ Mas espera aí, Byzun. Só agora é que percebi. Nesse dia e horário vai ter um problema de logística.
B _ Ei, Shuruh. Lá vem você embaçando agora. É por isso que não sai dessa, cara! E depois quer ser promovido...
S _ Ei, fica de boa. Que neura! Só tô tentando achar um jeito, valeu? Mas nesse dia e horário de 2012 não vai dar. Melhor não... Aliás, não dá para marcar uma data exata... Nunca!
B _ Por que não, cara? Como assim?
S _ Saca só, seu sem noção. Tem umas paradas complicadas aqui. Como é que a gente acaba com o mundo numa data marcada? Começa por onde, pela Austrália? Pelo Japão? Pelo Brasil?
B _ Não tinha pensando nisso... Se a gente marca... tipo... “acabar com o planeta Terra no dia tal, às 12:00 h em ponto”, certo? Quando a galera das Américas vir que o mundo já acabou lá na Austrália, isso vai estragar o climão, né, não, cara?
S _ Lógico, mané. Não dá. Desencana. Tem esse problema de fuso horário. Sem falar no tal horário de verão. Aí acabo tendo que fazer hora extra...
B _ Hora extra! Como assim? Eles nem pagam; vêm com esse papo de banco de horas... Mas você falou que já ia estar aposentado.
S _ Com essa merreca que eles pagam? Vou ter que continuar trabalhando depois de aposentado e tudo. Ainda mais a gente, que vive milênios... Mas quer saber, já me enchi desse papo, Byzun. Não vai dar para acabar com a Terra em 2012, não.
B _ É, falou. Muita mão de obra para exterminar um planeta. É que nem reforma... Só que ao contrário, ah, ah... A gente sempre acaba gastando mais do que o orçamento.
S _ É... eu só tava viajando um pouco, Byzun. Saudade lá da tchurma; sabe como é. É... Esquece esse papo de acabar com a Terra.
B _ Beleza. Deixe que os terráqueos se entendam entre eles mesmos. Eles se merecem, afinal. Agora, “bora lá” para o batente que ainda temos uma porção de coisas para ensinar para esses maias.
S _ Pelo menos, a galera maia vai preparar um churrasquinho maneiro pra gente curtir mais tarde em volta da fogueira, Byzun.
B _ De origem animal, eu espero, Shuruh. Me amarro nessas comidas da hora que os terráqueos inventam.
S _ Eu também. Espere só até eles inventarem a pizza. E refri.
B _ Ou aqueles sorvetes todos... É, pensando bem, até que a Terra tem umas coisas interessantes.
S _ É verdade. Bem, bora lá!

0 comentários:

Postar um comentário