Tenho um interesse especial
por anjos. Quem me conhece já sabe que respeito e admiro todas as religiões
bem-intencionadas, que seguem os bons princípios, e que também sou devota de
São Miguel Arcanjo. Gosto de estudar esse tema tão místico e inexplicável, de
ler livros a respeito, recordar as menções bíblicas às aparições de anjos e
coisas assim. É um assunto a ser estudado com a ajuda da intuição, acredito, e
sem certas reservas de que "anjos não existem", ou de que quase
ninguém consegue vê-los. Acho que podemos "ver" anjos de inúmeras
formas. Acredito em anjo da guarda, que cada um tem o seu. Mas cada pessoa
encara esse assunto a seu próprio jeito, e existe uma profusão de material a
respeito.
Os anjos a que me refiro aqui são
outros. São as pessoas comuns, os "anjos" que os próprios anjos
colocam na nossa vida. Anjos são os que salvam vidas, como em inúmeras
profissões. São os amigos que nos confortam em momentos difíceis. São os que
oferecem apoio como um porto seguro. Anjos são as crianças que nos alegram com
seus sorrisos inocentes. São irmãos, mães, pais, avós, tios, padrinhos, educadores,
músicos...
Acima de tudo, anjos são os que
trabalham como voluntários, doando um pouco de si, fazendo de coração algo
especial que alegra tanto alguém, que significa muito, embora não pareça às
vezes. Todos podem ser anjos a seu modo, contribuindo para o bem-estar de seus
semelhantes e da comunidade de livre e espontânea vontade.
Sempre quis fazer algum trabalho
voluntário, mas, na correria do dia a dia, nunca havia encontrado realmente
tempo.
Até o dia em que conheci a
bondosa e falante dna. Maria do Carmo, numa casa de idosos, que me ensinou
justamente isso. A fazer algum tipo de trabalho voluntário, que leve conforto a
alguém, não importando de que maneira, ou quanto tempo se possa dedicar. Talvez
um anjo tenha me levado a ir visitar essa senhora, quem sabe... O fato é que
ela tem um alto-astral contagiante. Eu estava mesmo precisando conversar com
alguém naquele dia, simplesmente receber uma acolhida calorosa e sincera e
parar de me preocupar com o relógio.
Apenas sentar numa cadeira e
jogar conversa fora. Talvez até sem se dar conta, a extrovertida dna. Maria do
Carmo, esquecendo-se de suas próprias dores e problemas, reservou um tempo seu
para me ouvir com atenção e compreensão, para me aconselhar com a sabedoria de
seus quase setenta anos, para demonstrar um entusiasmo pela vida que não se vê
a todo o instante.
Ela me ajudou como voluntária naquele
dia, foi um "anjo' que me fez compreender que, como uma pessoa comum, eu
também posso fazer uma diferença positiva no grande esquema da vida. Todos
podem. Talvez seja também para isso que eu pondere, evolua e aprenda cada vez
mais com as reflexões que coloco no papel.
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